30 de dez. de 2009

Polícia deveria sugerir orações

Dias quentes em Ponta Grossa. Dormi com a janela e a cortina do quarto abertas, e acabei sendo acordado mais cedo pela luz do sol. Ainda meio zonzo, pois o sono não vinha, quis ligar meu rádio a pilha e descobri que não tinha pilhas.

Lembrei que meu celular tem rádio FM, e conectei o fone de ouvido. Meu celular tem sido bastante útil, cumprindo exatamente as funções que buscava quando o procurei na loja. Modelo que não faz volume no bolso, não foi muito caro, tira fotos e realiza gravações. Esse último recurso tem impressionado algumas pessoas cuja voz armazeno no aparelho, durante as entrevistas que faço para o jornal. O reitor da UEPG, João Carlos Gomes, pouco antes de citar todos os investimentos em modernização da universidade, teve que perguntar: “Mas, é um celular? E grava a entrevista?”

Também é o mesmo celular que um pivete ameaçou tomar de minha mão outro dia, quando me pediu esmola e perguntei onde estava sua mãe. Tenho quase certeza de que sua mãe não o procurava. Assim como não havia mãe alguma procurando o guri que atirou um pedaço de madeira em meu carro, enquanto eu dirigia, no final de semana. E ainda não entendem por que tenho medo das crianças em grupos. Se sozinhas elas fazem um estrago, imagine formando uma gangue...

Enfim, nem todas são pestes. As que se salvam também devem ser as que nos salvam.

Mas, levantei mais cedo, e liguei o rádio do celular. Parei na Jovem Pan e fiquei ouvindo o noticiário. Uma das notícias era sobre um assaltante que invadiu uma casa, e encontrou uma menina. Provavelmente com receio de que ela alertasse os pais, segurou a criança pelo braço. Mas o pai já estava vindo em socorro da criança. Atacou o assaltante, defendendo a filha. Nesse momento, entrou o comparsa do assaltante, e atirou no pai.

O final é trágico, mas tão trágico quanto a história é o conselho sempre dado pela polícia, com a mesma serenidade que um padre tem ao dizer para orarmos. “Nunca reaja... isso só aconteceu porque ele reagiu”.

Isso não aconteceu porque o pai reagiu. Aconteceu porque sua casa foi invadida. É tão simples transferir a responsabilidade pela segurança para um erro daquele que morreu. Mas quem, em sã consciência, vê uma filha, irmão, amigo ou esposa, em perigo... e não faz nada para ajudar?

A reação, como o próprio termo sugere, é algo praticamente involuntário. Tanto quanto um susto, um espirro ou uma lágrima. Seria mais correto se o policial dissesse “reze para que isso nunca aconteça contigo”. Porque é muita hipocrisia dizer que o erro na história é, simplesmente, daquele que reagiu para proteger a filha.

Sim... assunto duro para um começo de quarta-feira... Então, mudando um pouco de foco, gostaria de entender qual a lógica das pessoas que me atendem ao telefone, durante o trabalho.

Passo boa parte do tempo ao telefone, ligando para os entrevistados. Não raro, quem atende é uma outra pessoa que transfere a ligação. Anteontem o diálogo foi esse:

_Boa tarde. Aqui é o Danilo, do Jornal da Manhã, eu gostaria de falar com o Dr. Fulano de Tal.
_Um momento, por favor. [afasta um pouco o telefone] Doutor! Um repórter do Diário dos Campos quer falar com o senhor!

Não sei como as pessoas conseguem confundir o nome dos dois únicos jornais diários da cidade... Assim como também não entendo como confundem Danilo com Rodrigo, Camilo, Dairo e Daniel. Parafraseando Mamonas "o meu nome é Adejair, facinho de confundir com o João do Caminhão".

A associação de ideias feitas pelo nosso cérebro é uma coisa que ainda vai render muitos estudos. E muitos textos...

8 de nov. de 2009

Troquem a atendente por um cartaz

Se tem uma coisa que me cansa é fazer compras. Mas, de vez em quando, é necessário. E, diante do calor que faz na cidade nesses últimos dias, aceitei a realidade: eu precisava, pelo menos, de uma sandália. Porque ficar de tênis todos os dias da semana é uma coisa triste.

Ontem eu e a Pri fomos a algumas lojas do Centro. Eu procurava minha sandália, e ela um calçado chamado "rasteirinha". Andamos um bocado. O legal é que a gente começa a peregrinação sem saber exatamente o que quer e, à medida em que várias lojas são visitadas, nos tormamos experts naquilo que queremos. Cor, modelo, preço, detalhes enfim.

Mas é impressionante como tem pessoas despreparadas para o atendimento ao público. O pior foi quando estivemos numa loja da Avenida Vicente Machado. Tínhamos acabado de entrar, e olhávamos a vitrine, onde havia uma variedade de calçados, entre eles as tais rasteirinhas.

Nem bem tínhamos visto o que havia na vitrine, uma funcionária se intromete: "Posso ajudar?" Enquanto a Pri ainda olhava os calçados, resolvi dar atenção à atendente. E o que se seguiu me deixou muito indignado.

_Vocês têm sandália? - perguntei
_São essas da vitrine. - respondeu indiferente

Olhei para a vitrine, só havia calçados femininos. Voltei para a atendente:
_Sandálias masculinas - disse
_Só temos femininas.

_E vocês têm rasteirinhas? - tornei a perguntar
_Masculinas não. - ela respondeu.
_Femininas. - eu disse
_Só essas que estão na vitrine. - disse a fiadamãe.

Depois disso puxei a Pri para fora da loja, que não entendeu nada e me achou um chato. Talvez com razão. Mas, siga minha lógica...

Adianta uma vendedora oferecer ajuda, se o que tem na vitrine é tudo o que tem na loja? E, se o que tem na vitrine é o que tem na loja, por que ela não explica as características dos produtos em exposição? Qual é mais confortável? Qual é lançamento? Qual combina mais com o (a) cliente?

Se era pra eu ficar olhando a vitrine, por que vem oferecer ajuda? Tirem a mulher lá da frente, e coloquem um cartaz: "Os produtos desta loja estão todos expostos na vitrine". Pronto, tá resolvido.

O vendedor inexperiente, ou sem conhecimento, precisa no mínimo ter simpatia. É o que penso.

Ah, e compramos sandália e rasteirinha. Em outras lojas.

13 de out. de 2009

De Ponta Grossa a Maringá: uma Odisséia

Semana passada peguei uma gripe danada de forte. Tanto que me acompanha até agora. Pode ser decorrência das mudanças bruscas do clima de Ponta Grossa. Mas também pode ter sido consequência do banho frio na Cachoeira da Mariquinha, da ida ao casamento de alguns amigos na noite de sábado. Ou tudo isso junto.

Entretanto, estou mais inclinado a acreditar que a viagem da última quinta-feira tirou boa parte de minhas energias, e tornou mais forte o vírus que me proporcionou hoje uma péssima noite de sono, com um pouco de febre, e dores no corpo.

A viagem em questão foi de Ponta Grossa até Maringá, e me fez encontrar uma verdadeira Odisséia. Fui até lá determinado a receber o prêmio conferido pela Seti – Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – a uma reportagem que fiz em 2008. Na realidade, trata-se do 3º Encontro de Ciência e Tecnologia, que aconteceu de quarta-feira até a sexta. A cerimônia de premiação seria apenas um dos momentos do Encontro.

Gostaria de ter ido até lá não apenas para receber o prêmio, mas também para ver algumas palestras, dentre as quais uma era voltada para o jornalismo científico. Mas foi tudo muito rápido, desde que fiquei sabendo da premiação.

Depois que soube que o prêmio tinha uma nova categoria (jornalismo científico), enviei a reportagem no último dia de inscrição. Na semana seguinte meu nome já tinha sido divulgado como vencedor da categoria. E, lá no jornal, foi preciso buscar alguém que ficasse em meu lugar atualizando o site de notícias, enquanto eu viajava.

Inicialmente, a ideia era viajar ainda na quarta-feira, já que o ônibus da Universidade Estadual de Ponta Grossa levaria uma galera até o evento. Mas o rapaz que iria me substituir não veio na segunda-feira. Como eu ainda teria que dar treinamento ao indivíduo [não é bem assim para chegar e mexer no sistema de cadastro de notícias; tem uma série de detalhes], logo vi que a viagem não aconteceria. Na terça-feira, mais uma vez, não encontramos quem pudesse ficar no meu lugar.

Então, já tinha dado como certa minha permanência em Ponta Grossa, e o recebimento do diploma de vencedor via correio. Mas, na quarta-feira, fui informado que o Wagner, funcionário da KM&M Engenharia, empresa desenvolvedora do site do Jornal da Manhã, ficaria em meu lugar e que eu viajaria no dia seguinte.

Na noite de quarta-feira comecei a arrumar as malas, mas os custos da viagem, agora, corriam por minha conta, pois já tinha perdido o ônibus da UEPG. De qualquer forma, eu estava muito animado com a premiação.

Assim, na manhã de quinta-feira, segui num ônibus da Viação Garcia, rumo a Maringá. Só que o ônibus parava em uma dezena de rodoviárias. Foi uma das viagens mais longas que já fiz. Acho que perde apenas para a viagem que fiz com o metropolitano de Castro a Ponta Grossa, que é viagem curta, mas, na ocasião, um bêbado sentou ao meu lado, fedendo pra caramba, e não parou de falar um instante sequer.

Durante a viagem até Maringá, passando por lugares como Califórnia, Mauá da Serra, Apucarana, Cambira, Marilândia do Sul, troquei mensagens via celular com o professor Wladimir, meu amigo que já estava no evento. Ele tinha se hospedado no mesmo hotel para o qual eu iria. Sendo assim, me passou a seguinte instrução:

“Diz ao motorista pra te deixar na entrada ou na saída da rotatória Sarandi/Maringá. O hotel está numa rua paralela à via em que você desce.”

Segundo ele, era muito mais prático do que ir até a rodoviária. Expliquei isso detalhadamente ao motorista. Fui até um pouco chato, falando por três vezes o local onde eu iria descer. É que eu tinha a desagradável sensação que ele não tinha entendido o que eu falava.

Passando a rotatória, ele parou, e desci. Olhei ao redor, nem sinal do hotel, que o professor disse ser visível desde a rodovia. Parei numa locadora de vídeos e perguntei como se chegava ao Hotel GAPH. Fui informado que ficava umas oito quadras adiante. Então, pra quem ficou quase seis horas sentado na poltrona de um ônibus, caminhar até que seria bom.

Foi assim que conheci a pequena cidade de Sarandi, vizinha de Maringá. Segui por alguns minutos a rua ao lado da rodovia, até que cheguei a uma [outra] rotatória. À minha direita, a um quarteirão, era possível ver a placa do Hotel GAPH. De fato, o motorista tinha me deixado na rotatória errada.

Dali foi fácil. Bastou seguir a grande placa do hotel, e eu logo estava diante do prédio em reformas. No saguão, a recepcionista disse: “É você quem vai receber o prêmio de Ciência e Tecnologia, não é? Tá vendo como sabemos tudo a seu respeito?”, riu. Logo depois foi desmentida, quando o outro funcionário, ou dono do hotel [não sei ao certo], me perguntou: “Mas, o que foi mesmo que você inventou?”

***

O quarto 224 estava reservado para mim, mas havia dois acadêmicos que tinham chegado primeiro. Parece que estava uma pequena confusão entre os hotéis, com os participantes do evento trocando de estabelecimento com frequência. Alexandre e Fabrício [eram seus nomes], vieram de Londrina, mas estavam de saída quando cheguei. Tinham conseguido uma carona e pretendiam voltar mais cedo pra casa.

“Já sabe onde fica o local do evento?”, perguntou um deles.
“Não”, respondi, ainda lembrando como havia me perdido para achar o hotel.
“A gente já tá saindo, daqui a uns quarenta minutos. Só vamos tomar um banho primeiro. Se quiser vir junto, a gente mostra onde fica”, disseram.

Eu estava cansado da viagem. Tinha até cogitado a possibilidade de tomar um banho e cochilar por uma hora antes de ir ao evento. Afinal, ainda eram umas 17 horas. A cerimônia de premiação seria somente às 20 horas. Mas com guias até o local do evento seria bem mais fácil. Então, terminei aceitando sair mais cedo. Apenas tomei um banho, e seguimos até o Centro de Exposições, onde acontecia o Encontro. Eram cerca de vinte minutos de caminhada desde o hotel até o local do evento.

No caminho, eles quiseram saber mais sobre a reportagem que eu havia escrito. E falamos um pouco sobre jornalismo. O breve diálogo abordou a interferência dos anunciantes nas reportagens dos jornais, tratou ainda da função dos jornalistas em suas respectivas editorias, e me fez ver que, falar de jornalismo com quem não é jornalista, pode ser muito mais interessante do que fazer o mesmo com colegas que são da área.

Quando chegávamos ao Centro de Exposições, onde o Encontro de Ciência e Tecnologia estava acontecendo, Fabrício mostrou que a rodoviária de Maringá não ficava longe dali. “Tá vendo o supermercado Big? É só contornar o mercado, e seguir em frente. É meio longe”.

Entramos no grande galpão, onde um palestrante ainda falava ao microfone. Havia estandes das instituições de ensino, e um movimento um pouco menor do que eu imaginava encontrar. Mesmo assim, estudantes, professores, pesquisadores e organizadores do evento estavam em toda parte, desfilando com seus crachás de papelão.

Agradeci ao Alexandre e ao Fabrício por me levarem até lá, nos despedimos, e fui procurar alguém que me orientasse sobre como deveria proceder na hora de receber o prêmio. Ao fundo do galpão, havia uma secretaria improvisada. Expliquei a situação a uma das funcionárias, que não sabia me informar direito como seria a premiação. Mas disse que bastaria perguntar a uma organizadora do evento.

Fomos até a tal organizadora, que conversava com outros funcionários a respeito da cerimônia de premiação. “Ele é um dos que vai receber o prêmio...”, disse a funcionária para a organizadora, enquanto apontava para mim. “Ah, é? Então venha cá, porque a cerimônia vai começar agora!”, disse a mulher.

“Agora? Como assim?”, perguntei, olhando para o relógio. Eram pouco mais de 18 horas. “Mas está marcado para as 20 horas!”
“Foi adiantado.”, respondeu a organizadora. “Você não ouviu os avisos? Estão falando no microfone há um tempão!”

Enquanto ela me conduzia até perto do palco onde seria entregue a premiação, expliquei que tinha acabado de chegar, e que tinha vindo mais cedo por puro acaso.
“Qual é mesmo o seu nome?”, eu perguntei à organizadora.
“Odisséia.”, ela me respondeu.

Um breve filme passou em minha cabeça.
Sim, nada mais apropriado para aquele momento, após tanta correria e coisas ficando para a última hora. Eu tinha, mesmo, encontrado uma Odisséia.

Lembrei de quando fiz a reportagem, em 2008, que acabou sendo publicada um dia depois do previsto, devido a uma falha no envio do arquivo para a gráfica.

Lembrei de como a reportagem foi enviada no último dia de inscrição para o prêmio, e de como quase fui frustrado pela greve dos Correios. Pensei na forma como meu substituto só confirmou presença no último momento no jornal. E da longa viagem de ônibus. De como o motorista me deixou na rotatória errada. De como encontrei o hotel depois de uma caminhada. De como saí do hotel mais cedo, por puro acaso, apenas por aceitar o convite dos acadêmicos que estavam indo até o local do evento.

De como cheguei ao Centro de Exposições justo no instante em que estava para acontecer a premiação, quase duas horas antes do previsto. Entre minha chegada ao local, e a cerimônia de entrega dos diplomas, não deve ter se passado mais que dez minutos.

Ao receber o diploma, eu ainda estava achando tudo surpreendentemente rápido. Ao mesmo tempo em que comemorava a sorte de chegar na hora certa, uma pequena angústia não me deixava esquecer o quanto teria sido frustrante, se eu chegasse ali dez minutos após a cerimônia.

Depois da cerimônia, conversei com minha colega Mayra [espero que esteja correta a grafia do nome], conhecida da UEPG quando eu ainda estava na graduação. Ela comentou que estávamos no mesmo hotel, e que um ônibus ia levar o pessoal para o Hotel GAPH em poucos minutos. Parecia perfeito, eu ia ganhar uma carona merecida, depois daquela correria louca. Mas aí eu mencionei a ela minha intenção de voltar para Ponta Grossa na manhã do dia seguinte, sexta-feira.

“Você vai voltar amanhã? E já comprou passagem?”, perguntou.
“Não.”, respondi.
“Então, é melhor correr... Quando chegar ao hotel, já ligue na rodoviária marcando, porque teve uma professora que queria voltar e já quase não tinha passagens. Parece que tá acontecendo outro evento na cidade”, disse.

Opa... Precisava estar de volta no dia seguinte. O combinado era que eu retornasse na sexta-feira para atualizar o site. Além disso, eu ainda tinha que desenhar minha tira semanal de humor, publicada aos domingos no jornal, e que tinha como prazo final a tarde de sexta-feira.

Que ligar do hotel, que nada! Eu já tinha recebido instruções de onde ficava a rodoviária de Maringá, e lá fui eu em mais uma caminhada [marcha atlética] de outros vinte minutos.

Na fila da Viação Garcia, três sujeitos estavam logo atrás de mim, preocupados se haveria passagens, afinal, na segunda-feira também haveria o feriado nacional de Nossa Senhora Aparecida. Fiquei me perguntando se eles também pretendiam ir até Ponta Grossa.

“Próximo!”, gritou a funcionária do guichê.
“Passagem para Ponta Grossa amanhã de manhã”, eu falei
“Poltrona 40”, ela disse, mostrando em seu computador que todas as outras passagens já tinham sido vendidas.
“Essa mesma!”, respondi com convicção.

No momento em que peguei o bilhete, e a funcionária gritou “próximo”, acelerei o passo, imaginando que o próximo podia ser o sujeito que também tentava comprar passagem para Ponta Grossa. Eu sei que aquela poltrona me colocava ao lado do banheiro do ônibus. Mas, ainda assim, me sentia com sorte.

Na rodoviária comi um X-salada, e depois peguei um táxi [chega de caminhadas] até o hotel, onde encontrei o professor Wladimir, e tivemos uma boa conversa, junto com outros participantes do evento que estavam hospedados no GAPH.

Depois de uma breve noite de sono, a viagem de volta pareceu mais curta que a de ida. Ainda assim, foi longa. Só consegui cochilar quando já estava chegando em PG. E aí eu percebi o quanto estava cansado. Na rodoviária, meu pai e minha namorada aguardavam no salão de espera. Os cumprimentos precisaram ser breves, e fui para casa.

Gostaria de tomar mais um banho, mas não podia esquecer a tirinha para o jornal. Já era cerca de 15h. Eu tinha que estar no jornal lá pelas 16h. Fiz o desenho em tempo recorde, e enviei por e-mail às 16h05.

Me atrasei só um pouco. Ao final, correu tudo bem. Só que jurei pra mim mesmo: vai demorar até que eu queira fazer viagem parecida outra vez. Doze horas de viagem, nesse ritmo, é muita coisa.


6 de out. de 2009

Breve passeio até a “Cachoeira da Mariquinha”

Fez um dia agradável, mais uma vez, nesse domingo. E ali estava um bom motivo para não ficar em casa. Eu e minha namorada resolvemos conhecer um dos principais pontos turísticos da região: a “Cachoeira da Mariquinha”.

Tanque de combustível abastecido, protetor solar no porta-luvas e [ahá!] repelente de mosquito. Lá fomos nós, rumo ao desconhecido. Conhecíamos a direção, mas não a distância. Fica bem adiante da entrada para o Buraco do Padre, onde estivemos há algumas semanas. Um mundo além de Uvaranas, indo rumo a Itaiacoca, passando uma localidade de nome “Passo do Pupo”.

Fica para o leste.

Infelizmente, esse sujeito aqui esqueceu de observar o hodômetro, e por isso desconhece a quilometragem do ponto de origem até o destino. O fato é que não é possível dirigir muito rápido até lá. Na rodovia vai tranquilo, mas quando a gente pega a estrada de terra, surgem três verdades em nossa mente:

1 – Precisamos voltar antes de anoitecer, e torcer para que não chova, ou ficaremos encalhados aqui e teremos que sair em busca de um jipe ou trator.

2 – Com todas essas pedras, certeza que vai aparecer mais um risco na lataria do carro.

3 – Já que tamo, agora vamo! [ou, “se não aguenta, por que veio?”]

O rally até o local é animado. Mas é naquele estilo que importa mais chegar aos pontos pré-determinados no mapa, do que chegar antes de todo mundo. Não tínhamos mapa, e isso prejudicava um pouco. Especialmente quando encontramos o primeiro portão fechado, e nos perguntamos: será que é por aqui?

Desci para abrir o portão, que a Pri achou estar com cadeado, e felizmente não estava. Havia mais um pessoal vindo de carro logo atrás de nós, e perguntei ao motorista se ele já tinha vindo antes até a cachoeira. Foi ele quem me confirmou que estávamos no caminho certo.

Abri o portão, e passamos. O sujeito que vinha atrás parou o carro e fechou o portão. Algumas inscrições feitas a tinta no próprio portão deixam claro que é preciso manter os portões fechados.
Pouco tempo depois, novo portão. E um aviso: “A entrada custa R$ 4,00 por pessoa”. Mas nenhum ser humano para cobrar os oito reais. Passamos, e seguimos por uma estrada que parecia piorar a cada instante. Um solo às vezes arenoso, outras vezes barrento e liso, e na maior parte do trajeto poeirento.

Enfim, quase uma hora depois de nossa “largada”, chegamos ao local. Uma torneira para lavar as mãos e dois banheiros [ou “casinhas”, como preferir] para aliviar a bexiga... não necessariamente nessa ordem.

O carro ficou estacionado junto de outros (uns dez) que já estavam por lá. E seguimos pela trilha que iniciava logo ao lado. Antes de seguir o caminho a pé, é preciso atravessar as águas rasas e geladas do riacho que separa “estacionamento” e trilha. Isso dá uma ideia da temperatura das águas da cachoeira.

Recomendo ir com um tênis velho que você possa molhar e sujar à vontade. Fomos usando chinelos havainas e, depois de passar pelo riacho, os chinelos ficaram lisos, prejudicando a caminhada entre as rochas da trilha.

Há formações rochosas em volta, onde os visitantes gostam de tirar fotos. A trilha é de cerca de 800 metros, com altos e baixos. Ao final se ouve o som da cachoeira, onde já estão os outros turistas. Uns entram na água de roupa e tudo, outros levam roupa de banho, e os mais perdidos entram de cueca mesmo.

Demos uma olhada em volta, fazendo o reconhecimento, e fomos entrando na água gelada. Há pontos muito fundos, por isso é preciso caminhar devagar, e observar com cautela a profundidade. Contornando a cachoeira pelos locais mais rasos, e subindo devagar nas rochas muito lisas, é possível chegar até a queda d’água. Depois disso, ficamos com frio e nos preparamos para ir embora. Tínhamos ido mais para conhecer o lugar, do que ficar muito tempo por lá. Enfim...

Há uma pequena faixa de areia em torno do lago que se forma com as águas da cachoeira. A sugestão é ir no começo da tarde e fazer um lanche por ali [tomando o cuidado de não deixar lixo para trás], para somente mais tarde entrar na água.

Há quem prefira acampar. Acho que é possível, embora existam placas contraditórias, umas proibindo o acampamento, e outras cobrando pelo acampamento.

Aliás, na saída apareceu um pessoal para nos cobrar os quatro reais por pessoa. Mas suspeito que eram alguns turistas espertinhos que se fingiram de donos do lugar e levaram meus oito mangos... Acontece.

Fica a dica: Cachoeira da Mariquinha. Seguindo pela Avenida Carlos Cavalcanti toda vida, até pegar a rodovia. Segue em frente até ver uma entrada de chão de terra à direita. Tem uma placa nessa entrada, mas ela está meio escondida pela vegetação, então reduza a velocidade sempre que vir uma entrada à direita. E dirija devagar... curta o rally. Evitando dias de chuva.

5 de out. de 2009

Incentivo para uma melhor reportagem

Coisa legal me aconteceu semana passada. Uma reportagem que fiz no ano passado foi contemplada no 23º Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia na categoria Jornalismo Científico. Uma matéria sobre a pesquisa com maçãs, que é desenvolvida há mais de vinte anos pela Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Foi uma das reportagens que mais gostei de fazer até hoje, por isso a inscrevi no prêmio. Acabou sendo a escolhida para o primeiro lugar, e isso me deixou mais animado do que quando passei no vestibular.

Normalmente, não sou de ficar me vangloriando quando algo assim acontece. Mas, dessa vez, vi no prêmio o reconhecimento de um trabalho que eu sabia que era bom. E recebi com alegria o cumprimento de amigos e colegas. Fiquei cheio de orgulho.

Até que, no final da semana, veio visitar o Jornal da Manhã o jornalista Eduardo Ribeiro – da Rede Record. Ele se graduou pela UEPG, e é considerado, provavelmente, o jornalista de maior sucesso dentre os que obtiveram diploma por essas bandas. Veio a PG dar palestra na faculdade Secal durante a Semana de Debates sobre Jornalismo.

Conheceu as instalações do jornal, cumprimentou os jornalistas na redação. E, quando estava indo embora, apareceu à porta da sala da diagramação, cumprimentou todos e me viu no canto, diante do monitor. “Vi você na capa do jornal...”, ele disse, se referindo à matéria que informava sobre o prêmio que eu tinha conquistado. “Uma foto grande...”, continuou. “É a ampliação da realidade.”, concluiu. Logo depois se despediu e foi embora.

E aquelas palavras breves, e sem nenhuma ofensa ou ironia perceptível, me fizeram pensar a respeito. Talvez não seja um prêmio tão grande assim. Uma reportagem premiada a nível estadual... mas quantos a leram, e quantos a lerão ainda?

A premiação tem mais valor para mim, do que para os leitores ou mesmo para o jornal no qual a matéria foi publicada. E, depois disso, o título do prêmio vai para meu currículo, e prêmio e reportagem voltam a ser esquecidos pela maioria das pessoas.

Enfim, isso não diminui minha satisfação ao perceber o reconhecimento que vem com o prêmio. Mas me faz pensar: é preciso fazer outras reportagens e trabalhos passíveis de receberem reconhecimento igual ou maior. Essa foi apenas uma das matérias que já escrevi, e outras virão ainda.

Que esse prêmio seja um lembrete para que eu não fique acomodado, mas busque fazer mais e melhor, e para que uma nova eventual premiação não seja mera ampliação da realidade.

Leia a matéria, publicada no antigo site do Jornal da Manhã: “Pesquisadores da UEPG buscam extrair o melhor das maçãs”

1 de out. de 2009

A greve dos correios não me afetou

Comprei um livro pela internet. Na verdade, não é a primeira vez que faço isso. Cada vez mais me impressiono com a agilidade da internet. A última viagem que fiz para Morretes (o que inclui passeio de trem e reservas em hotéis) foi toda programada pela internet. Passei a gostar ainda mais da ferramenta depois disso.

Mas, voltando... a compra de livros pela internet também tem se mostrado interessante. Existe um site, o www.estantevirtual.com.br, que reúne os principais vendedores de livros (novos ou usados) do país. Ali você encontra os livros que quer comprar, escolhe o melhor preço, e verifica a confiabilidade do vendedor. O pagamento é feito através de cartão ou depósito em conta. Devo ter encomendado meia-dúzia de livros assim, e até agora nenhum deu problema.

O que comprei por último foi “A ilha roubada”, do jornalista Sandro Vaia. Fala de uma blogueira que vem dando o que falar, ao publicar em seu espaço na internet informações sobre um dos países mais fechados do mundo. No blog, ela narra o que se passa no cotidiano dos habitantes da ilha de Cuba.

Só que eu resolvi encomendar o livro justo nesse período de greve dos Correios. E fui avisado pelo vendedor que a entrega podia demorar um pouco mais. Bem, existe um link através do qual é possível acompanhar o trajeto do pacote, desde sua postagem até a entrega em minha casa. E anteontem resolvi olhar onde estava a tal encomenda. Para minha surpresa, o link informava que o pacote já tinha sido entregue!

Será que eu havia sido passado para trás? Entregaram no endereço errado? O carteiro ficou com meu livro? [fiadamãe!]

Estava determinado a ir até a agência de correios mais próxima e investigar o que havia acontecido. Mas hoje, na hora do almoço, ouvi alguém chamando no portão de casa. Era minha vizinha, Kauana. Em suas mãos estava o pacote. O carteiro veio fazer a entrega justo num momento em que não havia ninguém em casa [ah... Lei de Murphy...]. E ela tomou a liberdade de guardar a correspondência para mim.

Ainda bem que ela é uma vizinha legal. Se fosse uma pessoa ruim, do tipo que fura a bola da criançada quando cai no quintal... podia tacar fogo no meu livro! Vamos acreditar que o carteiro percebeu suas boas intenções, ao deixar o pacote com ela.

Enfim, lerei o livro em algum momento. Há alguns outros na lista de espera, incluindo velhas apostilas de cursinho, que estou tentando ler para a prova do Enem, que seria neste fim de semana, mas foi adiada depois que as questões da prova vazaram. Acontece... com mais frequência do que deveria... mas acontece.

30 de set. de 2009

Pensando o jornalismo...

Na noite dessa terça-feira (29) participei de um debate sobre jornalismo on-line. Foi durante o evento da Semana de Jornalismo, promovida pela Faculdade Santa Amélia Secal. Estava com um pouco de receio, pois era minha estreia em um evento assim na posição de debatedor. Mas foi mais tranquilo do que eu imaginava. Não tenho muito boa retórica, mas falei apenas o que sabia, e até um pouco demais. Só me atrapalhei mesmo com a porta na hora de entrar e na hora de sair (quase dei de cara com a janela de vidro do ginásio do Colégio Sepam).

Só devo ter silenciado nas falas de vez em quando, quando esquecia a linha de raciocínio que estava seguindo. Acho que isso é um pouco consequência do trabalho diário com internet. Às vezes penso em forma de link, e não mais de modo linear como narrativa. E você deve saber como isso funciona. Você clica em um link, e daquele parte para outro, e para outro. E, nesse ponto, já esqueceu qual era o endereço do primeiro link. Razão pela qual é cada vez mais comum alguém dizer que viu um vídeo, texto ou foto, mas não lembra onde foi.

Enfim, o Sebastião Natálio, da RPC TV Esplanada, estava lá também, e contou algo sobre sua experiência com o site de notícias Convoy, que existiu aqui na cidade de Ponta Grossa há alguns anos. Enquanto eu citei, rapidamente, a existência do site SuperOW, no qual trabalhei por cinco meses entre 2006 e 2007.

Chegamos à conclusão de que o armazenamento de informações em sites de notícias é muito bom porque facilita a busca posterior do que foi produzido. Por outro lado, basta o site deixar de existir para que tudo se perca. Diferente de um jornal impresso que, se fechar as portas hoje, ainda terá exemplares antigos circulando por aí, em bibliotecas ou arquivos particulares e públicos.

Ninguém guarda os sites. Por essa razão, Convoy e SuperOW não passam hoje de lembranças, sem registro na internet, pois o domínio se perdeu, e com ele quase tudo o que foi feito em cinco meses de trabalho intenso. São boas lembranças no meu caso.
Apesar de o site SuperOW quase não ter ficado conhecido (a imagem que ilustra esse texto é uma montagem... o outdoor foi só uma ideia nunca colocada em prática), foi o trabalho em que tive maior liberdade para escolha de pautas, produção de textos, e onde pude me considerar um repórter mais multitarefa. Escolhia pauta, fazia entrevista, tirava fotos, editava e publicava o próprio texto com a rapidez que sempre desejei encontrar no jornalismo.

Enfim, ontem foi uma noite para relembrar essas coisas, e perceber que meu colega Sebastião teve experiências muito parecidas. Uma das reportagens que ele citou, e que mais gostou de fazer para a Convoy, foi realizada por pura paixão pelo jornalismo. Numa viagem de poucos recursos financeiros, mas com vontade de trazer informação nova e que desse ao internauta vontade de ler.

Na cidade o jornalismo on-line ainda engatinha*, apesar de a internet não ser nenhuma novidade. Mas acredito que bastaria que surgisse um portal na internet com noticias de última hora para que outros veículos de comunicação local seguissem o mesmo ritmo. Por enquanto, não há concorrência. As notícias chegam ao mesmo tempo nos dois jornais impressos da cidade.

A vantagem de eventos como o de ontem à noite é que, além de oferecem aos estudantes um pouco de nossas experiências, também fazem com que nós mesmos relembremos essas coisas. E relembremos, também, um pouco do que somos e esperamos do jornalismo.

*Confira o melhor exemplo de jornalismo on-line em Ponta Grossa, no momento. O site Net Esporte Clube traz notícias esportivas constantemente. O layout é simples, mas a equipe de repórteres tenta manter a atualização com, no mínimo, uma notícia por hora. Vale a pena conhecer.

14 de set. de 2009

"UP" - mais um desenho para adultos

O pessoal no Shopping Paladium já parece ter esquecido da gripe suína. Estive lá ontem, e a praça de alimentação estava lotada. O estacionamento ainda tinha vagas em pleno domingo à noite, mas logo volta tudo ao normal. O curioso é que o cinema estava novamente com pouquíssimas pessoas. Uns dez casais, no máximo.

Fui ver a animação "UP". O filme é joia, mas foi-se o tempo em que desenho animado era coisa pra criança. Logo no começo tem morte, pouco depois cena de violência e sangue. O mais legal é o velhinho, personagem principal. Seu enfado, felicidade, lágrimas. Tudo isso é captado pelo espectador.













Eu já fui um sujeito que, no início, detestava animação. Quando vi Toy Story pela primeira vez, me perguntei... que diabos é isso? Um monte de bonecos quadrados, com movimentos muito artificiais... Eu preferia os desenhos animados tradicionais, que usassem bem menos computação gráfica.

Mas hoje, quando assisto a uma animação como "UP" ou "Ratattouille" eu fico maravilhado. Tantas imagens, tantos acontecimentos diante de nossos olhos, e quase nada disso é real. Como falar de um enquadramento da câmera, quando não há câmera? Como se referir a um cenário, quando não há nenhum?

Voltando ao "UP"... Vale a pena ver o filme. A história causa estranhamento por conta de uma velocidade rápida demais nos acontecimentos, com uma mudança tão veloz nos fatos, que chega a indignar quem acabou de chegar à sala de cinema.

Embora o final não seja muito original, [dá pra supor com bastante antecedência algumas coisas durante a história], existem outros elementos que não podem ser previstos, por conta do roteiro nonsense que envolve pássaros inexistentes, velhinhos com a agilidade de adolescentes e dezenas de cachorros falantes.

É um bom filme para ver com a mente aberta, sem esperar riso exagerado. A história tem algo de romântico, drama e aventura. E embora o filme chegue ao Brasil com o subtítulo "altas aventuras", "UP" está mais para um voo nas atitudes [e não altitudes] dos próprios homens, e a psicologia que envolve o processo de envelhecer. Como nos apegamos às coisas materiais, e a ideias que formamos ainda na infância. Deixar essas atitudes e pensamentos para trás é o mais difícil, mas pode ser feito com a finalidade de seguir adiante.

"UP" talvez seja mais uma referência a um estado de espírito [pra cima] que devemos sempre assumir, a todo momento, nas adversidades que enfrentamos diariamente. E no modo como levamos nossas próprias vidas. Daí a mensagem final... é hora de buscar - sempre - novas aventuras.

Veja o trailer de "UP" - http://www.youtube.com/watch?v=pW53RU9O1Zs

*sinopse do filme:

Carl Fredricksen (Edward Asner) é um vendedor de balões que, aos 78 anos, está prestes a perder a casa em que sempre viveu com sua esposa, a falecida Ellie. O terreno onde a casa fica localizada interessa a um empresário, que deseja construir no local um edifício. Após um incidente em que acerta um homem com sua bengala, Carl é considerado uma ameaça pública e forçado a ser internado em um asilo. Para evitar que isto aconteça, ele enche milhares de balões em sua casa, fazendo com que ela levante vôo. O objetivo de Carl é viajar para uma floresta na América do Sul, um local onde ele e Ellie sempre desejaram morar. Só que, após o início da aventura, ele descobre que seu pior pesadelo embarcou junto: Russell (Jordan Nagai), um menino de 8 anos.

2 de set. de 2009

Lagoa? Dourada?

A tarde de domingo era quente e perfeita para um passeio ao ar livre. Céu limpo e muito sol. Com direito a protetor solar e garrafa d’água, eu e a Pri fomos rever a Lagoa Dourada, conforme planejamento feito no meio da semana. Eu não estava a par das mudanças na visitação. Achava que ainda era possível ir até a Lagoa, jogar miolo de pão para os peixes, e fazer piquenique debaixo de alguma árvore.

Agora os passeios têm bastantes restrições, como acontece no trajeto dos arenitos de Vila Velha. A presença do guia é exigência. O pagamento na bilheteria também. Deixamos o carro no estacionamento do Parque, e tivemos que seguir uma trilha [a primeira] até a bilheteria. Mas, primeiro, um dos funcionários veio ao nosso encontro para dizer que era obrigatório assistir a um vídeo, e preencher um breve cadastro.

A sala já exibia o filme para cerca de dez pessoas quando entramos. As imagens falavam das condições do passeio: caminhar sempre na trilha de pedras [ou seriam lajotas?] e não sair do caminho nem mesmo para tirar fotos; não alimentar animais; não arrancar flores etc.

Duas coisas faltaram no filme: legendas em inglês, para visitantes estrangeiros [haveria outra sala, com projeção específica para eles?], e a informação de que os visitantes deveriam usar repelente de mosquito.

O vídeo logo terminou, e os visitantes saíram da sala com ar de “finalmente...”. Os que iriam ver os arenitos logo partiram em um microônibus. Nós íamos apenas visitar as furnas e a Lagoa Dourada. Só tinha condução até lá às 15h30. E ainda não eram duas horas.

Ficamos em um banco de madeira, à sombra das árvores, tomando água e abusando do protetor solar, já que o sol estava quase arrancando reclamações, comuns ao ser humano, no calor, frio, vento ou chuva.

A água da garrafa já estava quente, e eu pensei em jogar o conteúdo, e encher de novo com a água dos bebedouros, que estava geladinha.

- Ah, vai jogar a água aqui, então? – perguntou a Pri
- Por que não? Vai dizer que também é proibido “alimentar” as plantas, porque elas só devem receber a água das chuvas... – brinquei, fazendo referência ao vídeo, que proibia aos visitantes dar comida aos animais.

Acho que foi quando fiz essa primeira piada sem graça que veio um mosquitinho “porva” [no original, pólvora] e atacou minha perna direita, fazendo surgir um calombo. Aí minha namorada percebeu que eu não estava mentindo quando disse que sou alérgico a picadas de insetos. Não sou como o Macaulay Culkin no filme “Meu primeiro amor”, mas sou alérgico.

Passei mais protetor solar, tentando criar um efeito psicológico que me fizesse acreditar que também funcionaria como repelente de mosquitos. Por alguns minutos achei que tinha funcionado, mas quando entramos no ônibus descobri que tinha mais um mosquitinho porva, dessa vez na minha perna esquerda. Novo calombo.

Ainda bem que tínhamos desistido de fazer piquenique na Lagoa Dourada. Em primeiro lugar, não seria permitido pelo guia turístico; em segundo, os mosquitos não me deixariam em paz. O diacho do fato que eu omiti até agora, é que justo nesse domingo eu resolvi sair de bermuda.

No trajeto de cerca de dez minutos até as furnas, o guia falou pouca coisa, mas traduziu tudo para um grupo de orientais que estava à frente. Eu nunca sei dizer, assim de cara, se um oriental é japonês, chinês ou coreano. Engraçado é que eles detestam serem confundidos. Bom, o fato relevante é que eles não entendiam quase nada de português.

Chegando nas Furnas, o guia apontou um quadro que explicava como era, geologicamente, a constituição das furnas:

- Bom, aqui onde vocês veem o desenho de água, na verdade é rocha... É que fizeram errado esse quadro. Aqui tem um elevador, mas ele não funciona desde 2001. E aqui onde diz Lagoa Dourada, na verdade não é uma lagoa. Lagoa é só o nome, porque é mais uma furna, só que coberta de água.

Explicou mais ou menos isso, e fiquei esperando ele dizer por que é proibido visitar a Lagoa Dourada depois das 17h, considerando que, segundo os anúncios turísticos, é justo o momento em que as águas ficam douradas. Mas o guia não explicou, e a Lagoa Dourada continuou não sendo lagoa, e não sendo dourada.

Então, seguimos a trilha até as duas furnas abertas para visitação. As furnas são grandes crateras, bonitas de serem vistas. Mas o elevador faz muita falta. A vontade que a gente tem é de descer para ouvir, lá de baixo, o som das gotas que escorrem pelos paredões e caem na água represada. Lembro de uma vez em que foi notícia nos jornais a descoberta de que nas furnas vive uma espécie de lambari única no mundo, porque se criou e desenvolveu de maneira totalmente isolada. O guia não falou nada a respeito. Será que os lambaris ainda estão lá? Eu devia ter perguntado, mas acabei esquecendo dessa.

De volta ao ônibus, ainda íamos para a Lagoa Dourada, que não é lagoa, e tampouco dourada. Um dos orientais entrou no veículo visivelmente cansado, transpirando excessivamente. Falou em voz alta com o motorista:

- “Amigo” [a primeira palavra em português que deve ter aprendido] “...finish?” – perguntou

E fez um gesto com as mãos, para que o motorista entendesse que ele queria saber se havia acabado o passeio. O motorista não entendeu nada, e pareceu fingir que não era com ele a conversa.

Ao nosso lado, outro dos turistas derrubou algo no chão do ônibus. Pareceu uma garrafa de água. A garrafa rolou para debaixo da poltrona, e ele não estava conseguindo pegar de volta. No momento em que ele se abaixou, levantei rapidamente, fiz uma expressão de pavor, e gritei com toda a força:

- Uma bomba! Ele tem uma bomba!

Todos olharam assustados. O motorista freiou bruscamente. O guia se desequilibrou e bateu contra o parabrisas. Metade dos passageiros se levantou e tentou abrir, em vão, a porta para sair. Dois ou três repetiam que havia uma bomba dentro do ônibus. O sujeito finalmente conseguiu levantar e mostrar que só tinha uma garrafa de água nas mãos. E olhou para mim com cara ameaçadora.

Disfarçadamente, olhei para a frente e reparei que os orientais não estavam entendendo nada do que acontecia. Foi então que fiz nova expressão de terror, e gritei com maior força ainda:

_It’s a bomb! It’s a bomb!

E o pânico se instalou também entre os estrangeiros.

(...)

Bom, eu acho que a cena teria sido engraçada. Mas, como só eu iria achar graça, resolvi ficar quieto enquanto o sujeito procurava a garrafa, e não gritei “Ele tem uma bomba!”. Portanto, nada disso aconteceu, e o pânico não se instalou dentro do ônibus. O trajeto até a Lagoa Dourada foi tranquilo.

Chamou a atenção o fato de que, na entrada das Furnas, e na entrada da Lagoa Dourada, havia recipientes de álcool em gel. O pessoal insiste em dizer que isso afasta o vírus da gripe suína. Eu não vejo como pode ser útil num passeio ao ar livre. Gostaria que fosse um recipiente de repelente de mosquito. Porque a Lagoa Dourada é um verdadeiro berçário dos insetos. Se eu fosse um cara muito chato, diria que deveriam drenar a Lagoa Dourada, para evitar a proliferação de dengue no verão. Mas eu não sou assim... não mesmo...

Paramos a fim de tirar algumas fotos, e os bichinhos vieram, sedentos de sangue, e preferindo atacar orientais e descendentes de poloneses. Mas, enquanto os mosquitos me devoravam, ainda tive tempo de observar que havia pouquíssimos peixes perto da margem, onde os visitantes ficam. Senti saudades da época em que jogávamos miolo de pão na lagoa e parecia haver mais cardumes que água.

Seguindo a trilha, logo estávamos de volta à frente do ônibus. Mas uma das visitantes orientais estava com mais pressa. Parecia estar sendo atacada por um enxame de abelhas, mas eram os mesmo mosquitos. Fiquei me perguntando se não havia mosquitos no Japão.

Eu tinha mais de uma dezena de picadas, e cada vez que eu macetava um mosquito [o vídeo não disse que eu não podia fazer isso], já surgiam outros dois sugando meu sangue de novo. O curioso é que a Pri permanecia tranquila. Com certeza os mosquitos escolhem suas vítimas por algum critério que ainda não foi descoberto pela ciência.

Fiquei novamente descansado dos ataques de hematófagos, depois que me sentei na poltrona do ônibus. Será que exagerei no problema com os mosquitos? Eu achava que sim... mas aí um dos orientais entrou no ônibus e disse: “Mosquito!” Provavelmente a segunda palavra em português que ele aprendia. Outro passageiro, ao meu lado, comentou. “Pelo menos hoje eu já doei sangue o suficiente”.

Então, de fato, acho que o item “mosquitos” deveria fazer parte dos temas apresentados no vídeo antes do passeio. E repelente devia ser distribuído na entrada do Parque. Fica a sugestão...
Mas eu selecionei aqui os pontos que julguei engraçados ou curiosos. Ao leitor pode parecer que não gostei do passeio, mas é justo o contrário. Respirar o ar puro, sentir o sol no rosto, o vento. São coisas que não se pode fazer todos os dias, e muito menos com a calma que um domingo oferece. Caminhar ao ar livre, ver pessoas desconhecidas e observar suas reações em situações incomuns. Rir de situações cômicas ou insólitas. E rever as Furnas e a Lagoa Dourada. Tudo isso é ótimo, e melhor ainda em boa companhia. Muitas vezes, é a companhia, e não o por do sol, que torna a lagoa dourada.

Confira abaixo o vídeo da banda Mandau, sobre a Lagoa Dourada.

http://www.youtube.com/watch?v=tT95YgN505w

31 de ago. de 2009

Sobre o Restaurante “Avenida Grill 2”

Já faz tempo que tive a ideia de escrever sobre restaurantes - bons ou ruins - para almoçar no centro da cidade. Começou quando eu ainda trabalhava pela manhã no jornal, e almoçava com meu amigo Ismael. Costumávamos variar entre um restaurante e outro. Mudávamos sempre que enjoávamos da comida, ou não gostávamos do preço ou atendimento. "Devíamos colocar tudo isso em algum blog", dizíamos, sempre cobrando um do outro a responsabilidade por colocar em prática o projeto que, em tese, serviria para que as pessoas tivessem um "breve roteiro gastronômico da cidade de Ponta Grossa, escrito por leigos no assunto". Bem, o tempo passou sem que as cobranças tivessem sido suficientemente fortes. E nenhum de nós encontrou os tais momentos para ficar diante do monitor e escrever. Eu mudei o horário de trabalho, deixando de almoçar no centro da cidade.

Mas, agora, eis que a chance reaparece... Não sei se vou iniciar um breve roteiro gastronômico, mas aproveito para trazer uma dessas impressões no texto de hoje. Tenho almoçado em companhia de minha namorada, e a levei para conhecer um restaurante onde eu costumava almoçar antes - o "Avenida Grill 2". Julgava o lugar com preço bom e comida razoável. Mas, dessa vez, bastou colocar os pés dentro do estabelecimento, para que minhas impressões fossem totalmente revertidas.

Uma escada em curva, que me pareceu estreita demais, leva ao andar superior, onde ficam as mesas. Foi a primeira vez que notei o quanto a escada é desconfortável. As pessoas sempre precisam dar lugar umas às outras, e os degraus, em um descuido, podem fazer com que o cliente caia. Chegando lá em cima, senti o bafo quente da comida do bufê. E notei que o tapete que reveste todo o piso tinha inúmeros buracos ou rasgões. As mesas eram irregulares e não havia padrão nos modelos de cadeiras. Pra piorar, a variedade no cardápio não era grande. E a comida nem estava assim tão boa. Só tinha suco de polpa de fruta (aqueles que vêm em pacotinhos), à exceção do suco de laranja, que eu pedi mais uma vez...

O engraçado é que os buracos no tapete sempre estiveram lá. A escada, o cardápio, os sucos e o bafo quente do bufê são os mesmos de um ano atrás. E eu só fui notar como são essas coisas agora. Conclusão: um restaurante pode parecer ótimo, mas a gente só pode ter certeza disso depois de levar a namorada ao estabelecimento. No desejo de agradá-la, a gente percebe, enfim, os problemas do lugar. Tudo bem que ela não gostou muito do restaurante. Mas tenho certeza de que eu gostei menos ainda...

Mas, não vou destruir o lugar totalmente... aos que pensam em ir almoçar lá:

- A refeição, pelo menos, não é das mais caras. E costuma ter peixe no cardápio. Invariavelmente, na saída você ganha uma balinha doce. E pode levar um exemplar do jornal Página Um, de Castro.

- Fica localizado na Rua Coronel Dulcídio, pertinho do cruzamento com a Avenida Vicente Machado.

- O lugar ainda pode ser boa opção para ir sozinho e sem reparar nos problemas apontados acima.

- E é bom lembrar que esse texto traz uma visão bastante subjetiva. O Ismael, por exemplo, pode discordar das opiniões trazidas aqui. Os proprietários do restaurante também. Ainda assim, os buracos no tapete continuam lá.

10 de ago. de 2009

Uma garçonete “meio” devagar...

Tarde de um dia qualquer no meio da semana. Caminho pelo centro da cidade rumo ao jornal. Ainda tenho alguns minutos antes de começar meu expediente. Decido entrar na panificadora e lanchonete que abriu há algumas semanas perto do trabalho. Milla é o nome do estabelecimento. Mas o pessoal do jornal costuma chamar o lugar de “padoca”. Imagino que a proprietária ficaria decepcionada, se soubesse.

O ambiente não me parece muito grande. Mas atrás do balcão há um movimento exagerado de funcionárias, que faz o lugar parecer maior. Sento diante do balcão, e uma das meninas vem atender. Peço um salgado recheado com salsicha que está na vitrine. Ela diz o nome do salgado. “Super-dogão”, ou algo assim... “Que seja”, penso. Adiciono ao pedido uma xícara de café. O salgado vem logo. O café demora um pouco.

“Tem molho?”, pergunto.
“Tem”, responde a garçonete. E estende um pratinho maior que um pires e menor que uma xícara. Dentro, dois míseros sachês: um de catchup, o outro de maionese.

Se tem algo que me deixa mais indignado em uma lanchonete é a economia ao trazer molho para os clientes. Em primeiro lugar, o cliente não tem que pedir molho. O funcionário é quem deve oferecer, ou simplesmente colocar diante do cliente.

Em segundo lugar, as tais “bisnagas” são infinitamente melhores e mais práticas que os sachês. E não venha dizer que o sachê é mais higiênico, porque a maioria das pessoas sofre para abrir o maldito pacotinho, e leva à boca para rasgar com os dentes.

Em terceiro lugar, se vai oferecer sachê, traga um pote com pelo menos três sachês de cada tipo de molho, incluindo a mostarda. Boa parte das lanchonetes notou que a mostarda é menos consumida que os outros molhos, e então nem oferece, ignorando uma parcela dos consumidores que gosta do tempero.

Finalmente chegou meu café. Estava eu, já meio indignado, a consumir meus dois sachês, quando entra uma moça, visivelmente apressada. A gente reconhece a pressa da pessoa conforme a velocidade com que ela entra no recinto.

Parou diante do balcão, e veio uma garçonete – uma das muitas que se movimentam atrás do balcão.

- Vou querer um folhado de frango. – disse a cliente, apontando para o salgado coberto de gergelim que estava quase ao alcance de suas mãos. Fiquei surpreso ao notar que a cliente sabia o nome do salgado e conhecia o recheio. Mas julguei isso como apenas mais um indicativo de sua pressa.

A garçonete, inicialmente, não conseguiu interpretar qual salgado o dedo da cliente apontava. E nem ouviu ela dizer as palavras “folhado de frango”.

- Este? – perguntou, apontando para o salgado ao lado.
- Não. O de frango – respondeu a cliente.
- Este?
- Isso.
- Este é de frango. – Explicou, educativamente, como se a cliente não tivesse especificado o suficiente. Talvez ela esperasse que a moça ainda começasse a narrar, com minúcias, como o lanche era preparado.

- É pra comer aqui, ou pra levar?- Pra levar.

A garçonete usou um pegador... (a ferramenta deve ter um nome peculiar como “apanhador de folhado de frango”, mas não sou tão específico quanto a pobre cliente que, você deve lembrar, estava com pressa) A garçonete usou um pegador para colocar o folhado de frango em um pacote.

Quando o salgado estava já pela metade dentro do pacote, apareceu outra funcionária [elas são muitas] e esclareceu para a primeira:

- O folhado de frango é esse com gergelim em cima. O outro é de carne moída.
A garçonete retirou lentamente o folhado de frango, que já estava quase dentro do pacote, e disse para a cliente.
- Este folhado é de frango. É esse mesmo que você quer?

Enquanto a cliente balançava a cabeça dizendo que sim, eu quase saí de meu estado de mera observação, para perguntar à garçonete:

- Pelo amor de Deus! Você quer ou não quer vender esse folhado de frango??!!!

Eu devia ter feito isso. Mas julguei que a garçonete não entenderia nada do que eu estava falando. Ela já havia dado mostras de ser “meio” devagar.

Enquanto eu extinguia o conteúdo do segundo sachê e tomava mais um gole de café, ainda pude ver a cliente pegar, enfim, o pacote com o tão aguardado folhado de frango.

Dessa vez, ela saiu sem nenhuma pressa.

1 de ago. de 2009

Na esteira dos Jetsons

Os leitores mais assíduos do blog Universo e Afins talvez tenham notado minha ausência nas últimas semanas. Ou não... Talvez ninguém tenha percebido. Bom, o fato de eu continuar desenhando as semanais tirinhas do Catraca [leia em www.ule.com.br/danilo] talvez tenha servido como indicativo de que, não, eu não fui sequestrado.

Lembrando que sequestraram o trema da palavra.

Mas acabei me ausentando porque, pra simplificar a história toda, fiquei totalmente sem tempo. Ou melhor, passei a aplicar meu tempo sobrassalente em outras coisas além do ócio criativo. E, pra simplificar ainda mais, estou namorando.

E namoro, pra quem não sabe o que significa, é tipo um “ficar”, só que dura mais tempo e rola um lance que, em épocas mais remotas, costumava ser chamado “envolvimento”. Significa se importar com o que a outra pessoa pensa, diz ou faz. Conversar e rir junto, até compreender através de um olhar [ou, em alguns casos, sem precisar olhar] as reações da outra pessoa diante de uma palavra ou atitude. É também mais que apenas sexo, balada e muito beijo na boca.

E se você chegou a esta parte da leitura perguntando “ahn?”, então, desisto de tentar explicar.

Só esbocei a descrição acima porque é provável que eu venha citar a presença de minha namorada [Priscila] em parágrafos seguintes. Afinal, a gente está junto com alguma frequência, e inclusive nesta semana, quando descobri a chegada da incrível ‘esteira rolante’ à pacata cidade de Ponta Grossa!

Se você não vai ao supermercado há algum tempo, então talvez se surpreenda assim como me surpreendi. Implantaram um negócio que parece escada rolante, mas não é escada! Lembra do desenho animado dos Jetsons, quando o George ia para o trabalho e, ao invés de caminhar, ficava em pé numa esteira e era levado até a sala? Bom, é quase isso.

A diferença é que a esteira, que leva de um pavimento ao outro do supermercado, não é simplesmente plana. Tem uma leve inclinação na entrada e na saída. E a inclinação não é tão leve assim para pessoas descoordenadas como eu. Por duas vezes já quase caí, e levei minha companheira [sem conotações petistas] ao chão. Quase...

As tais esteiras rolantes foram instaladas para que as pessoas possam subir e descer, confortavelmente, com seus carrinhos de compras, sem precisar empurrá-los.

SEDENTARISMO TOTAL!

Como só fiz uso da esteira sem empurrar carrinho algum, posso supor que talvez eu não perca o equilíbrio se estiver segurando um carrinho, mas aí é outra história.

Um amigo meu, que trabalha em supermercado e não quer ser identificado, disse que as rodas dos carrinhos podem prender nos frisos da esteira rolante. E aí, caro leitor, eu enfrentaria uma situação digna de seriado do Mr. Bean. Porque significaria bloquear a passagem de todas as pessoas que vêm em seguida.

Mas calma, uma coisa de cada vez... não vamos ser mais pessimistas do que o estritamente necessário. Por enquanto, eu só perco o equilíbrio ao entrar e sair da esteira rolante. Depois que você tá na esteira, até que é legal...

Você termina a primeira metade do trajeto feliz por ter conseguido entrar na esteira sem cair. E começa a segunda metade do trajeto torcendo para não cair na saída. Mas eu sobrevivi à internet, e agora vivo dela. Então, acho que posso sobreviver a mais essa nova tecnologia.

Só me preocupa o sedentarismo... Eu devia fazer algo a respeito... Mas tô evitando o X-Bacon, o que já é alguma coisa.

2 de jun. de 2009

Caricatura: jeito de trazer à tona meu mau humor

Ser cartunista também não é fácil. Não sei direito por que gosto de fazer os rabiscos. Simplesmente dá vontade e faço. E há alguns anos eu me esforço para canalizar isso que uns chamam de dom. Tento fazer, digamos, um desenho por semana. É pouco. Mas não é minha profissão. É meu hobby. E não poderia fazer muito mais, mesmo que quisesse... e quero.

Não é sempre que surge tempo para desenhar. E, quando crio esse tempo, é porque uma ideia fica latejando em minha mente, e causa uma ansiedade que só é aliviada depois de converter a imagem mental em imagem real. Uma tirinha ou ilustração que possa ser vista, também, pelas outras pessoas.

Mas tem uma dificuldade que me acompanha desde sempre: para a maioria das pessoas, desenho é desenho. Na mente da imensa maioria da população, se você sabe desenhar razoavelmente bem uma árvore... então saberá desenhar um unicórnio. O que, não necessariamente, é verdade.

Levei muito tempo para perceber isso. Desde minha infância, a pedidos, já tentei fazer coisas absurdas. Me aventurei até pelo desenho arquitetônico. Até que, finalmente, notei que sou péssimo caricaturista, mediano chargista, e só consigo ser razoavelmente bom com cartuns, ou tirinhas. Mas, é impressionante, sempre que uma pessoa (principalmente mulher) vê um desses desenhos, imediatamente quer que eu faça uma caricatura sua.

Mais ou menos como quando tem um fotógrafo em alguma festa, e as pessoas que estão lá nem querem saber para quem ele está trabalhando. Mas pedem para ele fazer uma foto delas.

Já atendi a alguns desses pedidos de caricatura. Incrível, ainda consegui agradar à maioria. Mas não vou mais abusar da sorte, depois da mais recente experiência...

De meu ponto de vista, o diálogo aconteceu mais ou menos assim:

_Faça uma caricatura minha.
_Não é uma boa ideia. Não sou bom caricaturista.
_Ah, mas você já desenhou você mesmo, que eu vi.
[Sim, mas eu vivo comigo mesmo desde que nasci, penso]
_Mas não vai ficar bom. - insisto
_Que nada, você é que é muito exigente sobre o próprio desenho.
_É... pode ser. Mas...
_Prometa que vai fazer uma caricatura minha, assim... quando sobrar um tempo.
[Quando sobrar um tempo... uhn... perfeito...]
_Tá bom. Um dia eu faço.
_Oba.

[passa um mês]

_E aí, quando vai fazer minha caricatura?
_Já disse que não sou bom com caricaturas...
_Mas você disse que ia fazer.
_É... quando tivesse tempo.
_Você não vai fazer, né?
_Ah, uma hora eu tento. Vejo uma foto sua no Orkut e tento fazer o desenho.
_Então tá.

[dois meses depois]

_E minha caricatura...?
_Olha, já que você ta insistindo tanto, eu vou fazer. Mas não vai ficar parecida com você.
_Não faz mal.
_Vai ficar um desenho tosco.
_Tudo bem.

[vários meses depois]

_Olha a tirinha que fiz... diz o que você acha.
[ela não olha para a tirinha]
_E minha caricatura? Faz um ano que estou pedindo...
_Não faz um ano.
_Faz em julho.
_Então, não faz um ano.
_Se você não quer fazer, é só dizer.
[achei que isso estivesse evidente, penso]
_Não, tudo bem... vou fazer.
_Vai nada. Só tá me enrolando.
_Tá bom, vou fazer, só pra você parar de encher meu saco.

Manhã de segunda-feira. Levanto com uma única ideia na cabeça. Fazer a maldita caricatura. Acesso o Orkut da pessoa, escolho uma foto. Tento fazer um desenho parecido, que sei que não ficará parecido. Mas ela uma vez disse que não tinha problema...

Faço a lápis, apago algumas vezes. Finalmente passo a caneta por cima. Apago a borracha. Levo ao scanner. Trato no computador. Escrevo o nome da pessoa embaixo do desenho, para que pelo menos quem veja saiba que é ela. Decido colorir o desenho, para tentar deixar menos tosco.

Quando vou enviar por e-mail, noto que a resolução do traço tá toda ruim... Eu tinha escanneado na configuração errada. Então, repito todo o processo.

No começo da tarde, envio a tal ‘caricatura’ por e-mail. E incluo o link para o perfil do Orkut de um colega meu, que sei que é bom caricaturista. Se ela não gostar do meu desenho, pode entrar em contato com ele, penso.

No final do dia, antes de ir dormir, acesso os e-mails. A referida pessoa respondeu:

***

Nossa... se não falasse que era desenho não acreditaria!
(...)
CARICATURA: é um desenho que retrata uma pessoa real, realizando distorções em sua fisionomia, mas permitindo que ela seja reconhecida. Basicamente, se você vir um desenho e reconhecer, claramente, que é a representação de uma personalidade conhecida, estará diante de uma caricatura.
Conclusão disso tudo: Quem é esse ser da imagem? Porque nem a cor do cabelo lembra a minha pessoa.
P.S.: não tenho como acessar Orkut aqui (...), ou seja, não entendi sua mensagem.

***

A resposta que enviei a esse e-mail não foi das mais agradáveis. Então, ainda recebi uma tréplica.

***

Desculpe pelo seu mau humor... eu estava brincando... mas que realmente não ficou nada a ver isso é verdade...
Não precisa mais fazer... como não precisava ter feito dessa vez... como eu disse... era só dizer que não queria fazer...

***

Foi a primeira vez que alguém pediu desculpas pelo meu mau humor... E acho que foi a última.
Se outra pessoa, portanto, ainda quiser que eu faça uma caricatura. Esqueça.
Não importa o quanto vá insistir... Não sou bom em caricatura.
E se ainda insistir, vou emendar a frase:
Deu pra entender, ou quer que eu desenhe?

18 de mai. de 2009

Anjos e Demônios

Sou quase um viciado em filmes. A cada semana, preciso ver pelo menos um que seja razoavelmente bem feito, do contrário meu bom humor pode ficar seriamente comprometido. Por isso, nesse domingo, eu tinha programado ir ao cinema à tarde. Mas uma mudança nos planos me fez ir ao Estádio Germano Krüger, assistir ao jogo de futebol.

Quando cheguei, os times já estavam em campo, e as arquibancadas pareciam lotadas. Fiquei perto do alambrado, de onde pelo menos tinha uma boa visão do jogo. O sol estava quente, mas não desconfortável, graças ao frio de inverno, já em outono.

Há muitas coisas que, teoricamente, poderiam incomodar alguém que vai ao estádio com a proposta de assistir à partida de futebol. Por exemplo, os sujeitos que preferem o esporte de cuspir no bandeirinha, xingar os jogadores do time adversário, esparramar fumaça ou papel picado. Até a “ola” pode ser algo chato para quem não quer perder um lance do esporte. Mas essas coisas já não me aborrecem. O Germano, assim como os demais estádios, tem algo de Coliseu.

O que me incomodou foi um sujeito que resolveu ficar em pé na parte mais alta do alambrado. Eu estava num lugar onde a presença dele não podia me afetar, mas percebi que o fato de ele ficar naquele ponto impedia parte da torcida de enxergar o campo. Um dos torcedores gritou de maneira não muito educada, dizendo para ele descer de lá. O rapaz pareceu não ouvir, ou fingiu não escutar.

E aquela situação me fez criar uma antipatia instantânea pelo sujeito no alambrado, sujeito que eu nem conhecia. Sabe quando a gente antipatiza com alguém logo de cara? Pois é... acontece.

O primeiro tempo de jogo não foi cheio de belas jogadas. O segundo tempo teve um gol do meu time, único marcado na partida. Terminou tudo em 1 a 0. E fui embora.

Em casa, publiquei uma notinha com o resultado do jogo no site do jornal. E decidi ir ao cinema ainda. Tinha uma sessão às 21h30. Outra às 20h. Naquele momento eram 19h20. Será que dava tempo de assistir à sessão de 20h?

Peguei o carro, dirigi até o shopping, e encontrei uma fila de cerca de vinte carros que esperavam para entrar no estacionamento. Olhei no relógio: 19h39. “Uhn... até as 19h47 devo ter estacionado o carro. Chego na sala de cinema a tempo de ver os trailers”, pensei.

Engano. A fila de automóveis avançava mais lentamente do que eu supunha. E, estranho... saíam cinco carros do estacionamento, entrava um. Quando, enfim, pude estacionar, olhei no relógio de novo: 20h02.

Já era. Tinha perdido o começo do filme. E não há nada que prejudique mais meu humor do que perder um filme. Ainda fui até o cinema, onde descobri que, mesmo que tivesse chegado na hora, não poderia ter visto a sessão. “Anjos e Demônios”, sala 4, 20h, estava lotado.

Determinado a ver o filme, só podia esperar a sessão de 21h30. Infelizmente, isso significaria pagar mais caro pelo estacionamento, e esperar uma hora e meia sem ter o que fazer. Mas, fiz isso, comprei o ingresso para o mesmo filme, na sala 1.

A livraria já estava fechando, não poderia fuçar os livros e discos lá dentro. Nada me atraía na praça de alimentação. Caminhando um pouco diante das vitrines, mundo pequeno, vejo o mesmo sujeito do alambrado do Germano Krüger. Mantive distância.

Fui nas Lojas Americanas e olhei, sem interesse, os DVDs que estavam à venda. Bateu um sono, sentei no chão e fingi que procurava algum filme em específico nas prateleiras mais baixas.

De repente, já eram 21h. Tive receio de que fosse se formar uma fila gigantesca diante da sala 1. Como eu queria, no mínimo, um bom lugar, resolvi me antecipar. Ao sair das Americanas, descobri que já estavam fechando a loja. Quase fiquei preso lá dentro. Ninguém ia me achar atrás da última prateleira da seção de DVDs.

A fila já tinha se formado e, poucos minutos depois, liberaram a entrada. Escolhi uma boa poltrona. Depois dos trailers (dentre os quais a Era do Gelo 3 fez todos rirem), o filme começou, e esqueceram de apagar as luzes da sala. Aquilo estava me deixando inquieto, mas eu fazia um esforço para me concentrar no filme. Se perdesse um detalhe, poderia não entender o resto da história.

Finalmente lembraram de apagar as luzes. E por mais de duas horas pude me deixar hipnotizar pelas imagens em movimento. Ao meu lado direito se sentou um casal. A mulher tinha um riso agradável, que só era acionado nas horas certas. “Moça inteligente”, pensei, ao notar que ela reconhecia a ironia sutil que os personagens davam a determinados diálogos.

“Anjos e Demônios” me pareceu excelente filme. Quem não viu a história anterior – O Código Da Vinci – pode compreender esse mais recente sem problemas. Embora quem já viu o primeiro possa criar mentalmente uma história para o personagem principal, o professor Robert Langdom, interpretado por Tom Hanks.

Como a história gira em torno de temas atuais ou recentes (como a antimatéria e a eleição papal), isso dá uma sensação de proximidade com a trama, diferente do que acontece com muitos filmes cuja história não tem elementos tão atuais, como são aqueles com aliens, espíritos e robôs. Os jornais, atualmente, ainda falam de cientistas determinados a criarem em laboratório uma simulação do que foi o Big Bang, e a história do filme passa perto disso. E pelo conflito entre religião e ciência.

Quando saí da sala, as luzes do shopping já estavam quase todas apagadas (essas eles lembram de apagar antes que a gente deixe o lugar). Uma multidão caminhava em direção às saídas e, quando percebi que boa parte das pessoas ia pagar o estacionamento, acelerei o passo. Não estava a fim de enfrentar mais uma fila extremamente demorada, agora para sair.

Cheguei à fila ao mesmo tempo em que chegava... o sujeito do alambrado. Cara mais chato... Alguns amigos dele chegaram em seguida e começaram a conversar. Ele disse que tinha ido ao jogo, e que a partida tinha terminado em 2 a 0 para o Operário. O outro corrigiu: “Foi 1 a 0, cara. Eu nem fui no jogo e sei mais que você!”

Tive, então, certeza de que ele não tinha se pendurado no alambrado para ver melhor o jogo. Ficou lá porque é um desses caras que gostam de aparecer. Porque não se importa com quem está ao redor. Esses tipos que ligam o rádio no volume alto, achando que são generosos ao dividir sua música com os demais. Você reconhece facilmente essas figuras caminhando nas ruas. São aqueles que não dão lugar na calçada. Aqueles a quem você pede um favor e eles estipulam um valor. Esses tipos estão por toda a parte.

Por isso é tão importante quando a gente encontra o oposto. Uma pessoa que se importa com os outros da mesma maneira como se importa consigo mesma. É raro, e quando acontece, é fácil perdê-la. O mundo é pequeno quando encontramos tipos detestáveis. E imenso quando encontramos quem realmente importa.

Preciso achar um meio de tornar o mundo maior.

13 de mai. de 2009

Catraca chega à centésima tirinha em PG

Nesta quarta-feira, 13, Catraca chega à sua centésima tirinha em Ponta Grossa.
Não há nada de muito especial com o 100. Mas não dá pra negar que o surgimento desse número redondo na cronologia do personagem mexe um pouco com este sujeito metido a fazer rabiscos nas horas vagas.

Nessas quase cem semanas, aprendi a conhecer melhor a cidade, a partir da maneira curiosa com que Catraca olha ao seu redor. E ri mais com as situações que ele viveu, do que com aquelas em que planejei colocá-lo. [e não se engane... não é a mesma coisa]

A personalidade dele foi se ajustando à vida em Ponta Grossa. Fez amigos. Conseguiu um emprego. Conheceu algumas situações impossíveis, e outras extremamente comuns. Ganhou um mascote. Registrou o que aconteceu e o que poderia ter acontecido, e foi aos poucos se tornando quase ponta-grossense.

Às vezes sou confundido com ele na rua. Embora eu não veja tanta semelhança, isso prova que ele já é mais conhecido que eu... pois nunca vi ninguém confundí-lo comigo. A comparação me faz sorrir, por perceber que as tirinhas são lidas, e por saber que Catraca se torna quase real. O risco é que eu esteja me tornando quase cartum.

Sem mais pensamentos filosóficos, seguimos rabiscando outro papel, e abrindo mais um pacote de folhas sulfite, rumo à centésima-primeira tirinha.

Abraços aos leitores.

Danilo

*Tirinha nova em www.ule.com.br/danilo

8 de mai. de 2009

Esqueci do Ctrl+B... e agora?

Tenho o hábito de guardar cada texto que escrevo. Fica tudo salvo no Word, para só então vir para este blog ou para onde quer que esteja destinado. Alguns textos nunca saíram do Word porque, depois de terminados, notei que diziam muito a meu respeito, e eu não sou tão interessante assim. E se sou, melhor não demonstrar num blog... sob o risco (confirmei dias desses) de não ter sobre o que falar mais tarde, a não ser sobre aquilo que já escrevi, e que meu interlocutor, provavelmente, já leu.

Mas, o texto que antecedeu esse, e que fala das estranhas previsões do horóscopo... eu esqueci de salvar no Word. Escrevi diretamente no blog. Será possível? Procurei em meu arquivo do computador e não encontrei. Como pude deixar de fazer algo que, para mim, é tão comum?

Salvar o texto em meu computador é como ligar a luz ao entrar no quarto escuro. É instintivo. Alguma coisa está mudando. Será que algum neurônio meu acaba de entrar em curto-circuito? Ou uma nova informação fez com que outras antigas se perdessem? E, pra finalizar... por que há mais interrogações que reticências nesse texto?

Alguma coisa está mudando. Para melhor ou para pior? Há quem diga que toda mudança é boa. Eu discordo. As mudanças devem ter um propósito ou, no mínimo, um sentido que não sejam elas mesmas.

E se for pra eu esquecer essa lógica, que seja por um motivo, também.

7 de mai. de 2009

Horóscopo do dia

O horóscopo de hoje está atípico. Meu signo, Peixes, vem com o seguinte alerta: "Certamente você enfrentará algum problema com a televisão, a máquina de lavar ou mesmo seu computador. Seja cuidadoso e cauteloso com aparelhos dentro de sua casa."

Com o computador eu sempre tenho problemas. Com a TV é mais raro. Mas o que me assustou foi a máquina de lavar. Tomar cuidado com a máquina de lavar? Depois notei que outros signos, neste dia, apresentam previsões semelhantes.

Touro: Caso trabalhe com comunicação, alguns mal entendidos são esperados. Procure deixar claras as suas intenções e palavras. Pode enfrentar também problemas com a internet.

Gêmeos: Alguns problemas na comunicação, seja ela feita através das palavras, da escrita, pela internet, e-mails ou mesmo telefones podem ser enfrentados a partir de hoje. Deve tomar cuidado com mensagens e qualquer tipo de comunicação se extraviar. Cheque por muitas vezes todo e qualquer tipo de mensagem importante.

Capricórnio: A partir desta semana você pode esperar por empecilhos e atrasos em alguns de seus projetos e negócios. Procure se preparar para resolver pequenos problemas de comunicação como e-mails que extraviam, telefonemas que não se completam, viagens mal sucedidas e todo e qualquer pequeno obstáculo que impedem o dia a dia de funcionar livremente.

Eu, que sou totalmente leigo no assunto, fico tentanto imaginar como alguém consegue detectar que as pessoas de um determinado signo enfrentarão problemas com e-mails extraviados...

Enfim... é a internet aparecendo até na astrologia, cujos conselhos eu não coloco como prioridade, mas também não ignoro.

1 de mai. de 2009

Facas Ginsu? O negócio agora é o Adamantium

São 22h 21min e tem um maluco que parece estar testando uma moto velha na rua em frente de casa. Por que será que o sujeito escolhe esse horário para passear com a moto mais barulhenta do mundo? Quando escuto, imagino o cara correndo com uma motosserra na mão. A imagem é bizarra, mas o ruído parece ser de algo assim.

De qualquer forma, só tenho contato com esse tipo de situação porque hoje é feriado. Um feriado que sempre me pareceu mais estranho que os demais. Este dia deveria ser chamado Dia da Folga, e não Dia do Trabalho. Sei que é óbvio, mas é justamente por isso que me incomoda. Entretanto, eu já fui mais contrário aos feriados, especialmente nos tempos de escola, e depois ainda na universidade. Só que, agora que passei a trabalhar num ritmo mais... estressante, percebi o valor de um dia de folga e já não critico tanto a existência deles.

Aproveitei essa tarde para ouvir no rádio o primeiro tempo da partida entre Operário e Maringá. Mas saí de casa após o intervalo, quando o jogo ainda estava em zero a zero. Enquanto caminhava até o ponto de ônibus, ouvi a comemoração no Estádio Germano Krüger, que fica perto de casa. “Um a zero para o Fantasma”, pensei.

Quando cheguei no ponto, vi um sujeito vibrando dentro de um automóvel que passava. Numa fração de segundos, deduzi: “ele está ouvindo o jogo pelo rádio do carro, e acaba de sair o segundo gol do Operário”. Logo em seguida, chegou aos meus ouvidos a vibração da torcida mais uma vez.

Agora vejo que o resultado final foi de 3 a 2 para o Operário. Parece ter sido um bom jogo. Dei uma olhada no mais recente site de esportes de Ponta Grossa – o Net EsporteClube. Aliás, a cidade estava precisando. Recomendo que o pessoal conheça o site, que possui atualização local constante.

Mas, como eu dizia... saí de casa para satisfazer essa minha necessidade de ir ao cinema. Fui ver o tal do filme do Wolverine. Eu nem sou muito fã de X-Men, mas gostei do trailer, e as adaptações de quadrinhos estão sendo muito boas ultimamente. Então, fui lá. E achei bacana.

Tem efeitos especiais interessantes e uma carga emocional forte, apesar de previsível. A velha luta entre o bem e o mal, o desentendimento (um pouco mais que isso) entre irmãos e, como sempre, a namorada do herói é vítima dos vilões. A história é uma mistura de Superman, Rambo, Curioso Caso de Benjamin Button e tantos outros... mas, como eu disse, é uma fórmula que funciona.

As facas Ginsu já eram... O negócio agora são as facas de Adamantium.

E foi indo ver o filme no cinema do shopping, que eu mais uma vez reforcei minha teoria: Acho que, quando eu era muito pequeno, implantaram uma espécie de microfone em minha garganta, que capta tudo o que eu falo e envia para uma central, onde uma equipe analisa as informações e busca um forma de ganhar dinheiro com o que eu digo. Uma espécie de Show de Truman, mas só com áudio, que é muito mais plausível, claro.

Foi só eu começar a brincar com o tal jogo Guitar Hero, e comentar com meu irmão, que o shopping colocou uma máquina com o game. Pra quem não conhece, é um jogo nos moldes daquele em que a pessoa pratica dança, a partir de símbolos coloridos na tela. A diferença é que, ao invés de dançar, você toca uma guitarra com botões específicos. Mas hoje eu vi um cara detonando no jogo. Ele não errou nenhum comando, e me fez ver que eu não sou nada no Guitar Hero... ou “Guitarrero”, como eu chamo.

De qualquer forma, vale a diversão também... Eis um link interessante pra quem quer conhecer o jogo. Uma versão simplificada em flash, e que pode ser jogada com o teclado de seu computador, mesmo.

http://www.gamesx.com.br/jogos/guitar_hero/guitar_hero.asp

Cuidado que o negócio é meio viciante... eu nem sou muito chegado em rock metal, mas comecei a apreciar mais o estilo musical. Minha favorita é Free Bird – de um aglomerado de consoantes que segue a seguinte ordem: Lynyrd Skynyrd.

*Acho que exagerei nos hiperlinks... não precisa clicar em todos.

24 de abr. de 2009

O almoço no Mercado Municipal

Esses dias lembrei de quando estive no Mercado Municipal. Já deve fazer uns dois anos, não sei ao certo. Fui até lá com o amigo Ben-Hur, sob o pretexto de tirar algumas fotos e conhecer um ambiente de que eu ouvia falar, via através da janela do ônibus, mas onde nunca havia entrado.

E não é para menos. Do lado de fora, o que se vê são paredes desbotadas, e uma estrutura no topo que faz lembrar uma penitenciária. Algum ponto de onde os guardas podem vigiar o banho de sol dos detentos. Na verdade aquela é uma espécie de clarabóia [nome engraçado] através da qual a luz do sol é que entra no Mercadão. Mas a gente só percebe isso depois que está lá dentro.

Não sei como está agora, mas quando estive lá, a primeira coisa que encontrei foi uma lanchonete, do lado esquerdo, parecendo dar boas vindas aos visitantes. Só que bastava caminhar mais para ver que aquele era um dos poucos estabelecimento que ainda resistiam ali.

Havia corredores muito escuros, de lâmpadas queimadas ou de completa ausência delas. Diversas “lojas” de portas fechadas denunciavam o abandono do “Mercadão Fantasma”, que só não parecia totalmente abandonado porque, de cada canto, era possível ouvir o ruído estridente de uma daquelas facas elétricas que cortam carne no açougue. Sim, lá tinha um açougue, diziam. Também soube de uma empresa de produtos de limpeza, e um sapateiro, se não me engano.

Duas coisas me chamaram a atenção naquele dia: primeiro, a arquitetura do lugar. O chão feito de pedras vermelhas brilhantes, as paredes, e até a aparência mal cuidada do prédio, me fizeram comparar o Mercado Municipal com a rodoviária de PG. Naquela ocasião, ainda tínhamos a velha rodoviária, que começava a ser demolida para dar lugar à atual. Fiquei me perguntando se o Mercado tinha sido projetado pelas mesmas pessoas que ergueram a antiga rodoviária. Mas foi só uma suposição, baseada na sensação do momento.

Em segundo lugar, fiquei surpreso ao ver o abandono do lugar. Com tanto espaço, por que o prédio não recebeu manutenção, e por que comerciantes e autoridades perderam o interesse no local? Observando as rampas que davam acesso à parte superior do prédio, tentei imaginar como seria o movimento de pessoas subindo e descendo, no auge de funcionamento do Mercadão, lá pelos anos 1970.

Naquele dia, eu e Ben-Hur almoçamos na lanchonete que havia na entrada. A comida era boa, simples e barata. Mas, por falar em barata... era a aparência do Mercadão que nos fazia suspeitar da higiene com que a refeição era preparada, muito embora tenhamos sido bem atendidos, e o almoço ainda dava direito a um cafezinho na saída.

No começo desta semana eu lia um texto do colega Rafael Schoenherr, a respeito do Mercado Municipal, e lembrei dessa visita. Recuperei o som da serra cortando osso no açougue, a escuridão dos corredores, o sabor daquele almoço regado a gasosa. E, novamente, me perguntei sobre por que o Mercadão ficou no abandono.

Quando estive lá, também fiquei surpreso com o cenário que pode ser encontrado no centro do prédio. A luz do sol entra pela clarabóia, e ilumina apenas um ponto, exatamente onde fica um altar, no qual permanece a imagem de uma santa. Único espaço realmente iluminado, e (me pareceu) mais bem cuidado.

Entretanto, a santa, sozinha, não pode evitar que o lugar continue vazio e escuro. E enquanto os mortais nada fazem para manter vivo o Mercadão, ele permanece sendo um ambiente estranho e hostil, bem no centro da cidade. As palavras Mercado Municipal parecem ser sempre pronunciadas em sussurro, mais ou menos da maneira como os bandidos falam das docas nos filmes policiais.

Mas o almoço de lá me pareceu bom... será que a lanchonete ainda está lá?

3 de abr. de 2009

Seres não humanos ainda querem guerra nuclear a partir da Coreia do Norte

No dia 1º de fevereiro o blog Universo e Afins publicou uma denúncia um tanto quanto difícil de acreditar. “Seres não humanos pretendem deflagrar guerra nuclear a partir da Coréia do Norte”.

Segundo um texto enviado para meu e-mail na ocasião, “seres não humanos” estariam infiltrados entre militares norte-coreanos, com o objetivo de iniciar um ataque nuclear contra o Japão antes que começasse o mês de abril.

O início desse ataque nuclear seria iminente, portanto, e somente treze naves alienígenas estrategicamente posicionadas no espaço poderiam evitar o pior.

Bem, conforme prometido, o Universo e Afins retoma o assunto neste mês de abril. E existe uma boa e uma má notícia: a boa notícia é que já passamos de 1º de abril, e o tal ataque nuclear não aconteceu. A má notícia é que... nesse mês de março estivemos muito perto de ver a concretização da tal profecia.

Foram várias manchetes publicadas nos jornais do mundo todo. Eis apenas algumas das notícias, essas retiradas do site de jornalismo da Rede Globo:
06/03/2009
Coreia do Norte ameaça aviões da Coreia do Sul
Duas maiores companhias aéreas da Coreia do Sul decidiram desviar mais de 200 voos nas próximas duas semanas. Eles passavam por cima do espaço aéreo da Coreia do Norte. O governo da Coreia do Norte lançou uma ameaça contra milhares de pessoas que cruzarem o país a bordo de aviões da Coreia do Sul.
A ameaça fez duas maiores companhias aéreas da Coreia do Sul decidirem: vão desviar mais de 200 voos nas próximas duas semanas. Eles passavam por cima do espaço aéreo da Coreia do Norte, o caminho mais curto entre vários países da Ásia. Mas o aviso, embora indireto, foi claro: a Coreia do Norte disse que não poderia garantir a segurança desses aviões.
Em outras palavras, poderia derrubá-los. O motivo, segundo as autoridades norte-coreanas, são os exercícios militares que anualmente o vizinho do sul realiza na região com os Estados Unidos.
O porta-voz do Ministério Sul- Coreano encarregado da reunificação das duas Coreias protestou. "Ameaças militares a aviões de passageiros violam as leis internacionais e são desumanas ", disse o porta-voz. A suspeita é de que a Coreia do Norte esteja limpando o espaço aéreo. O país anunciou na semana passada que lançaria uma satélite. Mas acredita-se na Ásia que na verdade seria um teste de um míssil de longo alcance.
Os americanos estão monitorando as ações dos norte-coreanos a partir das bases que mantém no Japão. Em Tóquio, os representantes do Japão e dos Estados Unidos encarregados de tratar com a Coreia do Norte fizeram uma reunião. Stephen Bosworth fez um alerta: "Esperamos que a Coreia do Norte evite provocações ao lançar um míssil. Se não, vamos decidir o que fazer. Vamos responder de um jeito apropriado".

***
09/03/09
Coreia do Norte ameaça vizinhos com guerra

O governo da Coreia do Norte voltou a fazer ameaças nesta segunda-feira. A Coreia do Norte determinou que todos os soldados do país, 1,2 milhão, estejam prontos para combate. Na TV estatal, um porta-voz disse: “Derrubar o satélite que queremos lançar tem um significado preciso: guerra”. A ditadura comunista comandada por King Jong Il pretende, supostamente, lançar, no fim deste mês, um satélite de comunicações.
Para os vizinhos, o país quer, na verdade, testar um míssil de longo alcance, chamado Taepong 2, capaz de alcançar os Estados Unidos, atingido o Havaí e o Alaska. Em 1998, o país testou um Taepong 1, com metade do alcance.
Uma parte passou por cima do Japão e foi parar no Oceano Pacífico. O que fez americanos e japoneses começarem a construir um escudo anti-mísseis, que já funciona em duas bases dos Estados Unidos no Japão. Caso o satélite ou míssil seja derrubado, os norte-coreanos prometeram atacar três alvos: a Coreia do Sul, os Estados Unidos e o Japão.
O ministro da Defesa sul-coreano classificou a ameaça como apenas um discurso. Mas afirmou que o país está pronto para lidar com qualquer possibilidade. Já o Japão teria deixado navios anti-mísseis de prontidão, segundo uma agência de notícias de Tóquio.

***
12/03/09
Coreia do Norte notifica a ONU que planeja lançar satélite em abril

O governo da Coreia do Norte notificou a Organização das Nações Unidas que planeja lançar um satélite de comunicações entre os dias 4 e 8 de abril.O aviso, segundo a Agência Oficial Norte-Coreana, foi feito para garantir a segurança de navios e aviões.O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, afirmou que se ao país insistir no lançamento do satélite, botará em risco a paz e a segurança da região.

***

Como o assunto não foi concluído, e o tema ainda faz parte dos noticiários, vamos esperar e torcer para que as naves ajudem, ou o noticiário só esteja trazendo informações sobre uma desagradável coincidência.

13 de mar. de 2009

Watchmen: o filme e a HQ

Poucas coisas me atraem mais do que o cinema. É verdade que a pipoca é caríssima, o atendimento nos guichês é péssimo. As crianças ficam gritando durante a sessão. E os adultos não desligam o celular, e atendem no meio do filme, dizendo “não posso falar agora, estou no cinema...”, e seguem falando por pelo menos um minuto.

Apesar de tudo isso, ainda é possivel ficar satisfeito quando a gente termina de assistir a um filme, com a certeza de ter visto o lançamento de uma excelente produção.

E, felizmente, ainda existem excelentes produções. Ultimamente a sétima arte tem buscado inspiração nos quadrinhos, e alguns resultados têm sido muito bons. Foi assim com o Batman em seus últimos dois filmes. E agora o filme Watchmen consegue, novamente, a façanha de realizar uma brilhante adaptação.

Quando soube que Watchmen estava para chegar aos cinemas, e que era a baseado em uma HQ (ou graphic novel), perguntei a mim mesmo: Watchmen? Eu nunca tinha ouvido falar. Ainda bem que sempre é tempo para uma atualização.

Uma rápida busca na internet ofereceu razoável gama de informações. Entre elas encontrei um site [que parece estar com problemas técnicos agora] de onde foi possível fazer download dos 12 capítulos da História em Quadrinhos Watchmen. E a leitura do primeiro capítulo me fez perceber o óbvio... eu precisava ler todos.

Watchmen é uma HQ fascinante, repleta de detalhes nos traços e no enredo. Ao aliar a ficção com fatos e personagens históricos, a trama convence o leitor, quase como se a leitura fosse demonstrar o futuro do próprio espectador. Mas não é fácil descrever as sensações que a HQ desperta. Basta dizer que a leitura da história até o capítulo 10 me fez desejar ver o filme, mais do que já desejei ver qualquer outra adaptação para o cinema.

Isso motivou grande receio, também. Quando a expectativa é muito grande, a tendência à decepção é proporcional. Mas então assisti ao trailer no Youtube, li algumas matérias a respeito, e estava convencido de que o filme seria uma experiência única. Felizmente, não me enganei.

O filme Watchmen consegue reproduzir cenas idênticas às encontradas na HQ. Os personagens são, a maioria, muito parecidos com os encontrados nas páginas de quadrinhos. E até a voz deles, se considerarmos os recursos empregados no uso de balões na HQ, estão de acordo com o esperado.

A primeira metade do filme pode provocar arrepios àqueles que, como eu, acabaram de ler a HQ feita na década de 1980. É como experimentar uma seqüência de déjà vus, apesar de saber que eles virão.

A magia de qualquer boa história em quadrinhos está no fato de, entre um quadro e outro, o leitor criar mentalmente o movimento dos personagens. Já me aconteceu de ler um gibi do Pato Donald, por exemplo, e depois não lembrar se a história era de uma HQ ou de um desenho animado, tal é o processo que nosso cérebro é capaz de desenvolver.

Mas foi a primeira vez que experimentei isso diante de um filme. Lembrando agora das cenas, não sei distinguir quais vi no filme e quais li nos quadrinhos. Os atores foram escolhidos a dedo, com feições que remetem aos personagens originais. O mesmo acontece com os trajes dos heróis mascarados, os diálogos, as expressões faciais, e os cenários. O quarto, o porão, a banca de revistas, a escadaria, a calçada, a porta... Tudo no filme parece seguir a HQ. Até mesmo a transição entre um capítulo e outro pode ser reconhecido no filme, apesar de não estar evidente para alguém que não leu a HQ.

Claro, como disse, essa é a primeira parte de um filme de 166 minutos. Na seqüência, o roteiro toma algumas liberdades que criam um princípio de desconforto no espectador atento.

O personagem Roschach é ameaçado por um sujeito com uma serra elétrica, quando no original ele é ameaçado por um cara segurando um maçarico. É o sinal que demonstra que uma guinada está para acontecer no filme. Uma das personagens diz “confie em mim”. Pelo amor de Deus! Deveria haver uma legislação que proibisse o uso de um clichê como esses.

Entretanto, as comparações divergentes terminaram minutos depois, porque eu havia tomado o cuidado de ler apenas 10 dos 12 capítulos da HQ. Desse modo, fui ao cinema ainda sem a certeza de qual seria o final.

Se o desfecho me pareceu deprimente, por um lado; por outro, refletindo sobre a história toda, reconheci que fazia todo o sentido, e deixei a sala de cinema satisfeito. Me perguntava se o final da HQ seria mesmo aquele e, no dia seguinte, matei minha curiosidade, lendo os dois capítulos que faltavam.

O final do filme tem uma variação, sim, mas não compromete o aspecto geral da obra. A mensagem de esperança, de que a verdade nunca morre totalmente, está presente em ambas as produções. E o destino dos personagens principais também não muda.

Um aspecto negativo do filme talvez seja a impossibilidade de trazer as analogias e metáforas presentes na HQ. Mesmo sendo um filme considerado de longa duração, não traz nenhum item adicional aos quadrinhos. Faz alterações, mas não soma novidades. E a maioria das mudanças é meio que sem propósito, a não ser a explicação final, que pareceu ter o objetivo de simplificar um trecho de maior complexidade da HQ.

Mas, de maneira geral, é preciso reconhecer o mérito da produção, que na maior parte do tempo é fiel à histórica série dos quadrinhos, e que serve como celebração a uma obra inteligente como é a HQ Watchmen – cujos créditos vão para Alan Moore (argumento) e Dave Gibbons (arte).

Ainda dá tempo de assistir no cinema. Mas, se for possível, a leitura prévia da HQ é altamente recomendada ao espectador, que terá a chance de reconhecer no filme algumas “informações bônus” que só podem ser notadas pelos leitores. Além de facilitar a compreensão do início da história.