13 de out. de 2009

De Ponta Grossa a Maringá: uma Odisséia

Semana passada peguei uma gripe danada de forte. Tanto que me acompanha até agora. Pode ser decorrência das mudanças bruscas do clima de Ponta Grossa. Mas também pode ter sido consequência do banho frio na Cachoeira da Mariquinha, da ida ao casamento de alguns amigos na noite de sábado. Ou tudo isso junto.

Entretanto, estou mais inclinado a acreditar que a viagem da última quinta-feira tirou boa parte de minhas energias, e tornou mais forte o vírus que me proporcionou hoje uma péssima noite de sono, com um pouco de febre, e dores no corpo.

A viagem em questão foi de Ponta Grossa até Maringá, e me fez encontrar uma verdadeira Odisséia. Fui até lá determinado a receber o prêmio conferido pela Seti – Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – a uma reportagem que fiz em 2008. Na realidade, trata-se do 3º Encontro de Ciência e Tecnologia, que aconteceu de quarta-feira até a sexta. A cerimônia de premiação seria apenas um dos momentos do Encontro.

Gostaria de ter ido até lá não apenas para receber o prêmio, mas também para ver algumas palestras, dentre as quais uma era voltada para o jornalismo científico. Mas foi tudo muito rápido, desde que fiquei sabendo da premiação.

Depois que soube que o prêmio tinha uma nova categoria (jornalismo científico), enviei a reportagem no último dia de inscrição. Na semana seguinte meu nome já tinha sido divulgado como vencedor da categoria. E, lá no jornal, foi preciso buscar alguém que ficasse em meu lugar atualizando o site de notícias, enquanto eu viajava.

Inicialmente, a ideia era viajar ainda na quarta-feira, já que o ônibus da Universidade Estadual de Ponta Grossa levaria uma galera até o evento. Mas o rapaz que iria me substituir não veio na segunda-feira. Como eu ainda teria que dar treinamento ao indivíduo [não é bem assim para chegar e mexer no sistema de cadastro de notícias; tem uma série de detalhes], logo vi que a viagem não aconteceria. Na terça-feira, mais uma vez, não encontramos quem pudesse ficar no meu lugar.

Então, já tinha dado como certa minha permanência em Ponta Grossa, e o recebimento do diploma de vencedor via correio. Mas, na quarta-feira, fui informado que o Wagner, funcionário da KM&M Engenharia, empresa desenvolvedora do site do Jornal da Manhã, ficaria em meu lugar e que eu viajaria no dia seguinte.

Na noite de quarta-feira comecei a arrumar as malas, mas os custos da viagem, agora, corriam por minha conta, pois já tinha perdido o ônibus da UEPG. De qualquer forma, eu estava muito animado com a premiação.

Assim, na manhã de quinta-feira, segui num ônibus da Viação Garcia, rumo a Maringá. Só que o ônibus parava em uma dezena de rodoviárias. Foi uma das viagens mais longas que já fiz. Acho que perde apenas para a viagem que fiz com o metropolitano de Castro a Ponta Grossa, que é viagem curta, mas, na ocasião, um bêbado sentou ao meu lado, fedendo pra caramba, e não parou de falar um instante sequer.

Durante a viagem até Maringá, passando por lugares como Califórnia, Mauá da Serra, Apucarana, Cambira, Marilândia do Sul, troquei mensagens via celular com o professor Wladimir, meu amigo que já estava no evento. Ele tinha se hospedado no mesmo hotel para o qual eu iria. Sendo assim, me passou a seguinte instrução:

“Diz ao motorista pra te deixar na entrada ou na saída da rotatória Sarandi/Maringá. O hotel está numa rua paralela à via em que você desce.”

Segundo ele, era muito mais prático do que ir até a rodoviária. Expliquei isso detalhadamente ao motorista. Fui até um pouco chato, falando por três vezes o local onde eu iria descer. É que eu tinha a desagradável sensação que ele não tinha entendido o que eu falava.

Passando a rotatória, ele parou, e desci. Olhei ao redor, nem sinal do hotel, que o professor disse ser visível desde a rodovia. Parei numa locadora de vídeos e perguntei como se chegava ao Hotel GAPH. Fui informado que ficava umas oito quadras adiante. Então, pra quem ficou quase seis horas sentado na poltrona de um ônibus, caminhar até que seria bom.

Foi assim que conheci a pequena cidade de Sarandi, vizinha de Maringá. Segui por alguns minutos a rua ao lado da rodovia, até que cheguei a uma [outra] rotatória. À minha direita, a um quarteirão, era possível ver a placa do Hotel GAPH. De fato, o motorista tinha me deixado na rotatória errada.

Dali foi fácil. Bastou seguir a grande placa do hotel, e eu logo estava diante do prédio em reformas. No saguão, a recepcionista disse: “É você quem vai receber o prêmio de Ciência e Tecnologia, não é? Tá vendo como sabemos tudo a seu respeito?”, riu. Logo depois foi desmentida, quando o outro funcionário, ou dono do hotel [não sei ao certo], me perguntou: “Mas, o que foi mesmo que você inventou?”

***

O quarto 224 estava reservado para mim, mas havia dois acadêmicos que tinham chegado primeiro. Parece que estava uma pequena confusão entre os hotéis, com os participantes do evento trocando de estabelecimento com frequência. Alexandre e Fabrício [eram seus nomes], vieram de Londrina, mas estavam de saída quando cheguei. Tinham conseguido uma carona e pretendiam voltar mais cedo pra casa.

“Já sabe onde fica o local do evento?”, perguntou um deles.
“Não”, respondi, ainda lembrando como havia me perdido para achar o hotel.
“A gente já tá saindo, daqui a uns quarenta minutos. Só vamos tomar um banho primeiro. Se quiser vir junto, a gente mostra onde fica”, disseram.

Eu estava cansado da viagem. Tinha até cogitado a possibilidade de tomar um banho e cochilar por uma hora antes de ir ao evento. Afinal, ainda eram umas 17 horas. A cerimônia de premiação seria somente às 20 horas. Mas com guias até o local do evento seria bem mais fácil. Então, terminei aceitando sair mais cedo. Apenas tomei um banho, e seguimos até o Centro de Exposições, onde acontecia o Encontro. Eram cerca de vinte minutos de caminhada desde o hotel até o local do evento.

No caminho, eles quiseram saber mais sobre a reportagem que eu havia escrito. E falamos um pouco sobre jornalismo. O breve diálogo abordou a interferência dos anunciantes nas reportagens dos jornais, tratou ainda da função dos jornalistas em suas respectivas editorias, e me fez ver que, falar de jornalismo com quem não é jornalista, pode ser muito mais interessante do que fazer o mesmo com colegas que são da área.

Quando chegávamos ao Centro de Exposições, onde o Encontro de Ciência e Tecnologia estava acontecendo, Fabrício mostrou que a rodoviária de Maringá não ficava longe dali. “Tá vendo o supermercado Big? É só contornar o mercado, e seguir em frente. É meio longe”.

Entramos no grande galpão, onde um palestrante ainda falava ao microfone. Havia estandes das instituições de ensino, e um movimento um pouco menor do que eu imaginava encontrar. Mesmo assim, estudantes, professores, pesquisadores e organizadores do evento estavam em toda parte, desfilando com seus crachás de papelão.

Agradeci ao Alexandre e ao Fabrício por me levarem até lá, nos despedimos, e fui procurar alguém que me orientasse sobre como deveria proceder na hora de receber o prêmio. Ao fundo do galpão, havia uma secretaria improvisada. Expliquei a situação a uma das funcionárias, que não sabia me informar direito como seria a premiação. Mas disse que bastaria perguntar a uma organizadora do evento.

Fomos até a tal organizadora, que conversava com outros funcionários a respeito da cerimônia de premiação. “Ele é um dos que vai receber o prêmio...”, disse a funcionária para a organizadora, enquanto apontava para mim. “Ah, é? Então venha cá, porque a cerimônia vai começar agora!”, disse a mulher.

“Agora? Como assim?”, perguntei, olhando para o relógio. Eram pouco mais de 18 horas. “Mas está marcado para as 20 horas!”
“Foi adiantado.”, respondeu a organizadora. “Você não ouviu os avisos? Estão falando no microfone há um tempão!”

Enquanto ela me conduzia até perto do palco onde seria entregue a premiação, expliquei que tinha acabado de chegar, e que tinha vindo mais cedo por puro acaso.
“Qual é mesmo o seu nome?”, eu perguntei à organizadora.
“Odisséia.”, ela me respondeu.

Um breve filme passou em minha cabeça.
Sim, nada mais apropriado para aquele momento, após tanta correria e coisas ficando para a última hora. Eu tinha, mesmo, encontrado uma Odisséia.

Lembrei de quando fiz a reportagem, em 2008, que acabou sendo publicada um dia depois do previsto, devido a uma falha no envio do arquivo para a gráfica.

Lembrei de como a reportagem foi enviada no último dia de inscrição para o prêmio, e de como quase fui frustrado pela greve dos Correios. Pensei na forma como meu substituto só confirmou presença no último momento no jornal. E da longa viagem de ônibus. De como o motorista me deixou na rotatória errada. De como encontrei o hotel depois de uma caminhada. De como saí do hotel mais cedo, por puro acaso, apenas por aceitar o convite dos acadêmicos que estavam indo até o local do evento.

De como cheguei ao Centro de Exposições justo no instante em que estava para acontecer a premiação, quase duas horas antes do previsto. Entre minha chegada ao local, e a cerimônia de entrega dos diplomas, não deve ter se passado mais que dez minutos.

Ao receber o diploma, eu ainda estava achando tudo surpreendentemente rápido. Ao mesmo tempo em que comemorava a sorte de chegar na hora certa, uma pequena angústia não me deixava esquecer o quanto teria sido frustrante, se eu chegasse ali dez minutos após a cerimônia.

Depois da cerimônia, conversei com minha colega Mayra [espero que esteja correta a grafia do nome], conhecida da UEPG quando eu ainda estava na graduação. Ela comentou que estávamos no mesmo hotel, e que um ônibus ia levar o pessoal para o Hotel GAPH em poucos minutos. Parecia perfeito, eu ia ganhar uma carona merecida, depois daquela correria louca. Mas aí eu mencionei a ela minha intenção de voltar para Ponta Grossa na manhã do dia seguinte, sexta-feira.

“Você vai voltar amanhã? E já comprou passagem?”, perguntou.
“Não.”, respondi.
“Então, é melhor correr... Quando chegar ao hotel, já ligue na rodoviária marcando, porque teve uma professora que queria voltar e já quase não tinha passagens. Parece que tá acontecendo outro evento na cidade”, disse.

Opa... Precisava estar de volta no dia seguinte. O combinado era que eu retornasse na sexta-feira para atualizar o site. Além disso, eu ainda tinha que desenhar minha tira semanal de humor, publicada aos domingos no jornal, e que tinha como prazo final a tarde de sexta-feira.

Que ligar do hotel, que nada! Eu já tinha recebido instruções de onde ficava a rodoviária de Maringá, e lá fui eu em mais uma caminhada [marcha atlética] de outros vinte minutos.

Na fila da Viação Garcia, três sujeitos estavam logo atrás de mim, preocupados se haveria passagens, afinal, na segunda-feira também haveria o feriado nacional de Nossa Senhora Aparecida. Fiquei me perguntando se eles também pretendiam ir até Ponta Grossa.

“Próximo!”, gritou a funcionária do guichê.
“Passagem para Ponta Grossa amanhã de manhã”, eu falei
“Poltrona 40”, ela disse, mostrando em seu computador que todas as outras passagens já tinham sido vendidas.
“Essa mesma!”, respondi com convicção.

No momento em que peguei o bilhete, e a funcionária gritou “próximo”, acelerei o passo, imaginando que o próximo podia ser o sujeito que também tentava comprar passagem para Ponta Grossa. Eu sei que aquela poltrona me colocava ao lado do banheiro do ônibus. Mas, ainda assim, me sentia com sorte.

Na rodoviária comi um X-salada, e depois peguei um táxi [chega de caminhadas] até o hotel, onde encontrei o professor Wladimir, e tivemos uma boa conversa, junto com outros participantes do evento que estavam hospedados no GAPH.

Depois de uma breve noite de sono, a viagem de volta pareceu mais curta que a de ida. Ainda assim, foi longa. Só consegui cochilar quando já estava chegando em PG. E aí eu percebi o quanto estava cansado. Na rodoviária, meu pai e minha namorada aguardavam no salão de espera. Os cumprimentos precisaram ser breves, e fui para casa.

Gostaria de tomar mais um banho, mas não podia esquecer a tirinha para o jornal. Já era cerca de 15h. Eu tinha que estar no jornal lá pelas 16h. Fiz o desenho em tempo recorde, e enviei por e-mail às 16h05.

Me atrasei só um pouco. Ao final, correu tudo bem. Só que jurei pra mim mesmo: vai demorar até que eu queira fazer viagem parecida outra vez. Doze horas de viagem, nesse ritmo, é muita coisa.


6 de out. de 2009

Breve passeio até a “Cachoeira da Mariquinha”

Fez um dia agradável, mais uma vez, nesse domingo. E ali estava um bom motivo para não ficar em casa. Eu e minha namorada resolvemos conhecer um dos principais pontos turísticos da região: a “Cachoeira da Mariquinha”.

Tanque de combustível abastecido, protetor solar no porta-luvas e [ahá!] repelente de mosquito. Lá fomos nós, rumo ao desconhecido. Conhecíamos a direção, mas não a distância. Fica bem adiante da entrada para o Buraco do Padre, onde estivemos há algumas semanas. Um mundo além de Uvaranas, indo rumo a Itaiacoca, passando uma localidade de nome “Passo do Pupo”.

Fica para o leste.

Infelizmente, esse sujeito aqui esqueceu de observar o hodômetro, e por isso desconhece a quilometragem do ponto de origem até o destino. O fato é que não é possível dirigir muito rápido até lá. Na rodovia vai tranquilo, mas quando a gente pega a estrada de terra, surgem três verdades em nossa mente:

1 – Precisamos voltar antes de anoitecer, e torcer para que não chova, ou ficaremos encalhados aqui e teremos que sair em busca de um jipe ou trator.

2 – Com todas essas pedras, certeza que vai aparecer mais um risco na lataria do carro.

3 – Já que tamo, agora vamo! [ou, “se não aguenta, por que veio?”]

O rally até o local é animado. Mas é naquele estilo que importa mais chegar aos pontos pré-determinados no mapa, do que chegar antes de todo mundo. Não tínhamos mapa, e isso prejudicava um pouco. Especialmente quando encontramos o primeiro portão fechado, e nos perguntamos: será que é por aqui?

Desci para abrir o portão, que a Pri achou estar com cadeado, e felizmente não estava. Havia mais um pessoal vindo de carro logo atrás de nós, e perguntei ao motorista se ele já tinha vindo antes até a cachoeira. Foi ele quem me confirmou que estávamos no caminho certo.

Abri o portão, e passamos. O sujeito que vinha atrás parou o carro e fechou o portão. Algumas inscrições feitas a tinta no próprio portão deixam claro que é preciso manter os portões fechados.
Pouco tempo depois, novo portão. E um aviso: “A entrada custa R$ 4,00 por pessoa”. Mas nenhum ser humano para cobrar os oito reais. Passamos, e seguimos por uma estrada que parecia piorar a cada instante. Um solo às vezes arenoso, outras vezes barrento e liso, e na maior parte do trajeto poeirento.

Enfim, quase uma hora depois de nossa “largada”, chegamos ao local. Uma torneira para lavar as mãos e dois banheiros [ou “casinhas”, como preferir] para aliviar a bexiga... não necessariamente nessa ordem.

O carro ficou estacionado junto de outros (uns dez) que já estavam por lá. E seguimos pela trilha que iniciava logo ao lado. Antes de seguir o caminho a pé, é preciso atravessar as águas rasas e geladas do riacho que separa “estacionamento” e trilha. Isso dá uma ideia da temperatura das águas da cachoeira.

Recomendo ir com um tênis velho que você possa molhar e sujar à vontade. Fomos usando chinelos havainas e, depois de passar pelo riacho, os chinelos ficaram lisos, prejudicando a caminhada entre as rochas da trilha.

Há formações rochosas em volta, onde os visitantes gostam de tirar fotos. A trilha é de cerca de 800 metros, com altos e baixos. Ao final se ouve o som da cachoeira, onde já estão os outros turistas. Uns entram na água de roupa e tudo, outros levam roupa de banho, e os mais perdidos entram de cueca mesmo.

Demos uma olhada em volta, fazendo o reconhecimento, e fomos entrando na água gelada. Há pontos muito fundos, por isso é preciso caminhar devagar, e observar com cautela a profundidade. Contornando a cachoeira pelos locais mais rasos, e subindo devagar nas rochas muito lisas, é possível chegar até a queda d’água. Depois disso, ficamos com frio e nos preparamos para ir embora. Tínhamos ido mais para conhecer o lugar, do que ficar muito tempo por lá. Enfim...

Há uma pequena faixa de areia em torno do lago que se forma com as águas da cachoeira. A sugestão é ir no começo da tarde e fazer um lanche por ali [tomando o cuidado de não deixar lixo para trás], para somente mais tarde entrar na água.

Há quem prefira acampar. Acho que é possível, embora existam placas contraditórias, umas proibindo o acampamento, e outras cobrando pelo acampamento.

Aliás, na saída apareceu um pessoal para nos cobrar os quatro reais por pessoa. Mas suspeito que eram alguns turistas espertinhos que se fingiram de donos do lugar e levaram meus oito mangos... Acontece.

Fica a dica: Cachoeira da Mariquinha. Seguindo pela Avenida Carlos Cavalcanti toda vida, até pegar a rodovia. Segue em frente até ver uma entrada de chão de terra à direita. Tem uma placa nessa entrada, mas ela está meio escondida pela vegetação, então reduza a velocidade sempre que vir uma entrada à direita. E dirija devagar... curta o rally. Evitando dias de chuva.

5 de out. de 2009

Incentivo para uma melhor reportagem

Coisa legal me aconteceu semana passada. Uma reportagem que fiz no ano passado foi contemplada no 23º Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia na categoria Jornalismo Científico. Uma matéria sobre a pesquisa com maçãs, que é desenvolvida há mais de vinte anos pela Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Foi uma das reportagens que mais gostei de fazer até hoje, por isso a inscrevi no prêmio. Acabou sendo a escolhida para o primeiro lugar, e isso me deixou mais animado do que quando passei no vestibular.

Normalmente, não sou de ficar me vangloriando quando algo assim acontece. Mas, dessa vez, vi no prêmio o reconhecimento de um trabalho que eu sabia que era bom. E recebi com alegria o cumprimento de amigos e colegas. Fiquei cheio de orgulho.

Até que, no final da semana, veio visitar o Jornal da Manhã o jornalista Eduardo Ribeiro – da Rede Record. Ele se graduou pela UEPG, e é considerado, provavelmente, o jornalista de maior sucesso dentre os que obtiveram diploma por essas bandas. Veio a PG dar palestra na faculdade Secal durante a Semana de Debates sobre Jornalismo.

Conheceu as instalações do jornal, cumprimentou os jornalistas na redação. E, quando estava indo embora, apareceu à porta da sala da diagramação, cumprimentou todos e me viu no canto, diante do monitor. “Vi você na capa do jornal...”, ele disse, se referindo à matéria que informava sobre o prêmio que eu tinha conquistado. “Uma foto grande...”, continuou. “É a ampliação da realidade.”, concluiu. Logo depois se despediu e foi embora.

E aquelas palavras breves, e sem nenhuma ofensa ou ironia perceptível, me fizeram pensar a respeito. Talvez não seja um prêmio tão grande assim. Uma reportagem premiada a nível estadual... mas quantos a leram, e quantos a lerão ainda?

A premiação tem mais valor para mim, do que para os leitores ou mesmo para o jornal no qual a matéria foi publicada. E, depois disso, o título do prêmio vai para meu currículo, e prêmio e reportagem voltam a ser esquecidos pela maioria das pessoas.

Enfim, isso não diminui minha satisfação ao perceber o reconhecimento que vem com o prêmio. Mas me faz pensar: é preciso fazer outras reportagens e trabalhos passíveis de receberem reconhecimento igual ou maior. Essa foi apenas uma das matérias que já escrevi, e outras virão ainda.

Que esse prêmio seja um lembrete para que eu não fique acomodado, mas busque fazer mais e melhor, e para que uma nova eventual premiação não seja mera ampliação da realidade.

Leia a matéria, publicada no antigo site do Jornal da Manhã: “Pesquisadores da UEPG buscam extrair o melhor das maçãs”

1 de out. de 2009

A greve dos correios não me afetou

Comprei um livro pela internet. Na verdade, não é a primeira vez que faço isso. Cada vez mais me impressiono com a agilidade da internet. A última viagem que fiz para Morretes (o que inclui passeio de trem e reservas em hotéis) foi toda programada pela internet. Passei a gostar ainda mais da ferramenta depois disso.

Mas, voltando... a compra de livros pela internet também tem se mostrado interessante. Existe um site, o www.estantevirtual.com.br, que reúne os principais vendedores de livros (novos ou usados) do país. Ali você encontra os livros que quer comprar, escolhe o melhor preço, e verifica a confiabilidade do vendedor. O pagamento é feito através de cartão ou depósito em conta. Devo ter encomendado meia-dúzia de livros assim, e até agora nenhum deu problema.

O que comprei por último foi “A ilha roubada”, do jornalista Sandro Vaia. Fala de uma blogueira que vem dando o que falar, ao publicar em seu espaço na internet informações sobre um dos países mais fechados do mundo. No blog, ela narra o que se passa no cotidiano dos habitantes da ilha de Cuba.

Só que eu resolvi encomendar o livro justo nesse período de greve dos Correios. E fui avisado pelo vendedor que a entrega podia demorar um pouco mais. Bem, existe um link através do qual é possível acompanhar o trajeto do pacote, desde sua postagem até a entrega em minha casa. E anteontem resolvi olhar onde estava a tal encomenda. Para minha surpresa, o link informava que o pacote já tinha sido entregue!

Será que eu havia sido passado para trás? Entregaram no endereço errado? O carteiro ficou com meu livro? [fiadamãe!]

Estava determinado a ir até a agência de correios mais próxima e investigar o que havia acontecido. Mas hoje, na hora do almoço, ouvi alguém chamando no portão de casa. Era minha vizinha, Kauana. Em suas mãos estava o pacote. O carteiro veio fazer a entrega justo num momento em que não havia ninguém em casa [ah... Lei de Murphy...]. E ela tomou a liberdade de guardar a correspondência para mim.

Ainda bem que ela é uma vizinha legal. Se fosse uma pessoa ruim, do tipo que fura a bola da criançada quando cai no quintal... podia tacar fogo no meu livro! Vamos acreditar que o carteiro percebeu suas boas intenções, ao deixar o pacote com ela.

Enfim, lerei o livro em algum momento. Há alguns outros na lista de espera, incluindo velhas apostilas de cursinho, que estou tentando ler para a prova do Enem, que seria neste fim de semana, mas foi adiada depois que as questões da prova vazaram. Acontece... com mais frequência do que deveria... mas acontece.