29 de mai. de 2010

Uma comédia antiga e um Steve Oede... quê?

Steve Oedekerk é o nome. Você talvez nunca tenha ouvido falar. Ou, simplesmente, nunca pôde memorizar, a menos que seja um cinéfilo dedicado. Mas Oedekerk é um desses caras multifuncionais no cinema. Seu trabalho chegou a ser indicado ao Oscar em 2001, como roteirista da animação “Jimmy Neutron: o menino gênio”. Antes disso, se especializou em comédias, escrevendo para vários filmes, entre eles “Todo-Poderoso”, “A volta do Todo-Poderoso”, “O professor aloprado”, “O professor aloprado 2” e Ace Ventura 2: um maluco na África”.

Mas, bem antes, em 1991, Steve Oedekerk bancou o ator, ao protagonizar o filme “High Strung”, escrito por ele mesmo, e que aqui no Brasil foi traduzido como “Minha vida é um inferno”, sendo obra quase desconhecida. No roteiro, o personagem de Oedekerk, Thane Furrows, é um sujeito que reclama de tudo na vida, sempre repetindo que “queria estar morto”. Exagerado, paranoico, estressado, ele vai detalhando tudo o que para ele é ridículo nesse mundo.

O interessante é o formato da narrativa. Furrows dialoga com o espectador, como se tentasse convencê-lo com seus argumentos. Lembra um pouco as atuais comédias stand up, divididas em esquetes. Alguns desses argumentos fazem sentido, outros são exagerados e ridículos.

A comédia pode ser cansativa para quem espera mais um filme hollywoodiano. Mas vale a pena ver a produção de forma despretensiosa até o fim. Uma grande curiosidade sobre esse filme, é que Jim Carrey (que só ficaria realmente conhecido em 1994, com “Ace Ventura, um detetive diferente”) faz uma pontinha, já mostrando sua habilidade em fazer caretas.

Na história, Furrows, entre uma reclamação e outra, começa a receber estranhos telefonemas e bilhetes, que avisam que algo vai acontecer às oito horas da noite. Quando fecha os olhos, Furrows começa a ter estranhas visões, e passa a acreditar que está ficando louco. Na verdade, Furrows reclama tanto da vida, que a Morte (Jim Carrey) vem buscá-lo em sua própria casa.

À medida que Furrows vai se indignando com a vida, reclamando desde a quantidade de leite no cereal até o hábito que as pessoas têm de gostar de animais, ele parece se aproximar de um ponto em que vai “explodir”. E um desses momentos chega quando ele surta e ofende a esposa do chefe, para em seguida dizer a si mesmo. “O que eu fiz? Meu emprego! Como eu vou comer?”

“Minha vida é um inferno” é um filme que não existe em DVD, talvez em VHS. Como curiosidade adicional, apesar de Jim Carrey dizer as últimas palavras do filme, seu nome sequer chega a ser citado nos créditos. E sua participação é, como sempre, hilária.
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*Agradecimentos ao amigo Robison Queiroz, que encontrou o filme na internet, e selecionou algumas imagens para ilustrar este texto.

18 de mai. de 2010

O estacionamento de Rochhhhhh

Desde que o Jornal da Manhã mudou de endereço, vindo para a região mais central da cidade de Ponta Grossa, a nova sede deixou de ter estacionamento próprio. Como resultado, clientes passaram a se preocupar com os talões de Estar, e funcionários tiveram que optar entre vir de ônibus ou buscar um estacionamento particular para deixar seus carros.

Eu, como deixei de usar o VCGcard há alguns meses, procurei por um estacionamento mais barato, e encontrei um a poucos metros do Jornal. Na Avenida Balduíno Taques, ao lado do Banco Bradesco. Quem caminha todos os dias pelas ruas mais centrais de Ponta Grossa não imagina que existem quintais como aquele. Porque é isso que o estacionamento é, nada mais do que um quintal.

O proprietário, um sujeito que não tira a touca para nada nesse mundo, e que por alguma razão me lembra o falecido deputado Luiz Carlos Alborghetti, se autointitula "Rochhhhhhh". Não sei o que isso quer dizer. Pode ser um apelido ou um sobrenome.

Deixei o carro ali por quase um mês, sob os protestos de minha namorada, porque o homem tem em meia-dúzia de cachorros que vivem do modo mais bizarro possível, dentro da casa do sujeito. Ontem mesmo vi, através da janela da cozinha, um dos cães em cima de uma mesa.

Além disso, o espaço é cheio de entulho. Parece mais um ferro-velho. Rochhhhh trabalha com eletrônicos. Tem uma pequena loja ao lado da entrada do estacionamento. Aos fundos, os restos de equipamentos ficam espalhados, junto de restos de outras coisas. Há velhos cartazes, uma antiga placa da Praça Barão de Guaraúna, um tanque de lavar roupas abandonado, um toco de árvore e outros galhos jogados a um canto.

O lugar não é nenhum pouco bonito. Mas é mais barato do que qualquer outro estacionamento em volta.

A aparência não me incomodava, mas hoje aconteceu algo que me deixou indignado.

Como estava chovendo, e lá dentro se forma um pequeno lamaçal porque há apenas algumas pedrinhas espalhadas pelo quintal do Rochhhhh, deixei o carro mais perto da entrada, e não ao fundo onde costumava deixar por orientação do proprietário.

Quando voltei, na hora do almoço, Rochhhhh reclamou porque eu tinha deixado o carro no lugar destinado aos horistas. E, sendo eu mensalista, não tinha direito de deixar o carro naquele local. Pra tornar tudo mais ridículo, meu colega Eduardo tinha estacionado o automóvel dele ao lado do meu. "Tá vendo? Foi só você estacionar ali, e o outro também estacionou no mesmo lugar. Assim eu tô perdendo dinheiro!", disse Rochhhhh, me acusando de iniciar uma espécie de rebelião.

Se não posso nem escolher onde estacionar o carro, adianta pagar mais barato? Estou pensando seriamente em concluir o mês que já paguei, e partir para outro estacionamento. Pago mais caro, mas não vejo mais fiasco como esse.

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Uma colunista do JM me escreveu e-mail hoje reclamando que não coloquei os créditos com o nome dela nas fotos publicadas em sua última coluna e também na edição de domingo, numa foto de criança na seção Clubinho. Ameaçou denunciar o Jornal para o Sindicato e tudo mais. O dia em que ela souber escrever uma legenda, vai poder me ensinar o que é um crédito.

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A Revista Urbe desta semana vai ter ainda mais páginas do que nas anteriores. Como já estava trabalhando no meu limite nas semanas passadas, acho que vou precisar de muita sorte até a sexta-feira.

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Dei entrevista hoje para um programa da TVM, que vai ao ar na próxima segunda-feira, dia 24, às 16 horas. O tema: as tirinhas do Catraca. Estou curioso para ver como me saí.

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O twitter é uma coisa muito engraçada. O Sádico, também conhecido como J. Robson, ou vice-versa, chargista do JM, soltou uma hoje que vale a pena reproduzir:

"...confesso que essa chuva é minha culpa, lavei a louça hoje. Um dos pratos apresentava uma nova espécie de vida, tive que incinerar esse."

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O Shopping Palladium tem uma loja que tenta ser um genérico da Cacau Show, só que com umas mesinhas na frente. Parece que o nome é "Brasil Cacau". Atendimento péssimo e uma caneca de nescau com uma maria-mole dentro ao inacreditável custo de R$ 5,50. Sugiro que passarem reto.

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Algo que me disseram esses dias: "Você pode ter as duas coisas. Não ao mesmo tempo, mas quem sabe... na mesma vida"

Uhn... tem uma outra boa: "Nescafé... por que não agora?"