19 de fev. de 2012

Carnaval também é estresse...


Ontem à noite estávamos assistindo à TV, quando a Pri disse que queria pedir um lanche Delivery. Disse a ela que tudo bem, embora eu próprio não estivesse com fome naquele momento. Pediu algumas mini-pizzas (ou esfirras abertas) e informou nosso endereço. Só que disse que a casa ficava perto do Ponto Verde, supermercado que, na verdade, fica na Vila 31 de Março, a uns seis ou sete quarteirões. Às vezes acho que ela, assim como eu, ainda não está totalmente adaptada ao novo endereço. Até o ano passado ela morava na 31 de Março. [Eu, de meu lado, morava na Rua Padre Nóbrega, uma rua de calçamento que só foi asfaltada depois que eu fui embora...].

O motoboy não demorou muito, embora tenha chegado totalmente perdido. Precisei sair e acenar para que voltasse com a moto. Ao descer da moto, tirou o capacete com uma expressão estranha no rosto. Coçou a cabeça bem rápido, denotando nervosismo. Aí reclamou que quase não achou o endereço porque disseram a ele, na central, que a entrega era perto do Ponto Verde.

Pensei em despistar, dizendo que o pessoal da central era sacana. Afinal, motoboy tem fama de ser esquentado. Vai que eu digo que a Pri passou uma informação um pouco equivocada... O cara se revolta, joga as mini-pizzas no chão, pisa, e depois parte para cima de mim, injuriado. [Além do mais, a Pri estava ao meu lado, e não ia gostar nenhum pouco que eu a dedurasse...] Mas nem tive tempo de despistá-lo.

Ele continuou falando, e aí descobri que não estava nervoso por esse motivo. O trânsito no centro da cidade estava infernal por causa do desfile das escolas de carnaval, que acontecia naquele momento. Além disso, um senhor de idade estacionou o carro num local que quase o impediu de sair com a moto do lugar, e o único jeito de fazer isso foi danificando o carro do cidadão. E ainda, o motoboy tinha dupla jornada de trabalho, e era trocador de ônibus no primeiro período do dia. Estava exausto e, como morava também no Jardim Gianna, disse que a vontade era ficar em casa naquele momento.

Tudo isso ficamos sabendo só enquanto ele tirava as mini-pizzas da moto. Uns 30 segundos. Pense num cara indignado, e que precisava desabafar. Me entregou o troco com as mãos tremendo. Quase não acontece, mas dessa vez eu tive pena do motoboy. 

Sem desculpas para não acordar

Sou um sujeito profundamente influenciável. Principalmente pelos sonhos que tenho. Agora há pouco, sonhei que encontrava com meu amigo e colega Sebastião, com quem encontro quase todos os dias. Sebas é um sujeito culto e de opinião forte, que trabalha ao meu lado na redação do Jornal da Manhã. E ontem, manhã de sábado, ele parecia mais motivado que nos outros dias. Fez piadas, trouxe comentários interessantes sobre livros, relembrou histórias e me deu sugestão de pauta para um próximo caderno de agronegócios, que terei que fazer daqui a quinze dias.

É muito bom ver quando alguém está se sentindo bem. Parece que aquela sensação se irradia, e que eu posso captar isso, e até me apropriar um pouco dessa sensação. Talvez por isso tenha sonhado, há pouco, que encontrava o Sebas, e tínhamos um diálogo bem curto, mas fundamental.

- E o seu blog, Danilo? – Sebas perguntou.
- Puxa, está lá. Estou cheio de vontade de escrever, mas...
- Então... escreva. – ele respondeu, antes que eu encontrasse uma desculpa.

Acordei na mesma hora, e não sosseguei, enquanto não vim para o computador.