13 de jan. de 2010

Reflexões de um repórter de Cotidiano...

Hoje pela manhã eu precisava conversar com o gerente de uma das centrais de distribuição domiciliar dos Correios. Para isso, tive que telefonar para a Agência Central dos Correios. A atendente transferiu para a substituta do gerente, que pediu para eu ligar em outro número, onde atendeu outra funcionária, que pediu que eu ligasse para outro número também. Liguei para o outro número, e atendeu um funcionário, que finalmente me transferiu para o gerente com quem eu precisava conversar.

O que me intrigou não foi esse toma-lá-dá-cá. O que me intrigou é que, das cinco pessoas com as quais conversei ao telefone, três me atenderam com um "boa tarde". E eram 10h30 da manhã... Estranha coincidência. Às vezes busco razões onde não há nenhuma. Tanto que acabo as encontrando. Mas não vou me concentrar demais nessa questão. Ultimamente ando com o raciocínio meio fraco.

É como disse um colega que trabalha comigo no jornal... Ele contou que nunca se concentrou em letras de música. Um dia resolveu memorizar a canção Faroeste Caboclo, de Renato Russo, ou Legião Urbana [que no caso pode dar no mesmo]. Conseguiu memorizar toda a letra, mas não pôde guardar mais nenhuma música na memória. Ele acha que atingiu o limite de Gigabytes que seu cérebro podia receber.

Estou em situação parecida, devido ao excesso de trabalho. Nessas horas eu preferia gostar de pescaria. Dizem ser um santo remédio. Enquanto continuo fugindo de pernilongos e longos períodos de exposição ao sol, minha mente não descansa.

Semana passada aluguei um vídeo em uma locadora, e devolvi em outra. Nem percebi o engano, e talvez jamais percebesse, não fosse a funcionária da loja me ligando no celular e avisando que eu tinha entregue o DVD no lugar errado.

***

Falta de memória à parte, resolvi fazer algo diferente no outro dia: comprar uma camisa que normalmente eu não compraria.

Quem me conhece um pouco sabe que costumo usar camisetas gola-polo, ou camisas sem nenhuma inscrição ou estampa. Me revolta o fato de a maioria das camisetas fazerem referência a skate ou surf, por exemplo. E não gosto de carregar no peito dizeres com os quais não concordo ou nada sei.

Mas, pra mudar um pouco, comprei uma camisa estilosa, listrada e de cor verde bem viva. Fiquei tipo o "ligador" do comercial da operadora de celular. E fui faceiro trabalhar. Estava eu num daqueles dias mais azarados desde que voltei a trabalhar na redação do jornal. [Os telefones davam ocupado, as pessoas não atendiam, ou atendiam e não respondiam, ou respondiam mal... pautas caíam dentro da redação e a chuva caía lá fora].

Ainda assim, eu seguia corajosamente dando seguimento ao meu trabalho e tentando manter a calma, quando o Eduardo faz o comentário: "Ô, Danilo... não sabia que você tava fazendo campanha pro Wosgrau!", disse, se referindo ao prefeito. "Tá com o número 45 no peito..."

Foi quando notei que tinha um baita número 45 na frente da camisa. E o Eduardo, como bom repórter de Política, não podia deixar de lembrar do número usado pelo prefeito na época de sua candidatura.

Tem alguns momentos, apenas alguns, em que eu preferia que os outros também tivessem problemas de memória...

Um comentário:

Natália Cristina disse...

hahahaha, genial, Danilo! Bom texto. Abraço!