3 de nov. de 2008

Conversas bombásticas

“Eu sei fazer 32 diferentes tipos de bombas”.

Ao ouvir a frase, estalei os olhos e virei para meu amigo, perguntando:
- Porque contou isso?
- O quê?
- Por que fez o cálculo do número de bombas que sabe fabricar? – tornei a perguntar.
- Ah... sei lá.

Fazia tempos que não via Jacson. A última grande conversa que tivemos foi ainda em 2000, quando fazíamos cursinho pré-vestibular. Na época, eu repartia o cabelo, e ele tinha cabelo curto. Agora eu desisti do pente, e ele virou praticamente o Primo Itt – da família Adams. Na época ele detestava química. Hoje, ironicamente, é professor dessa disciplina. E foi tratando de química que entramos no assunto das bombas.

Encontrei Jacson por acaso, no último sábado, no shopping. Um daqueles acasos bizarros: a escada rolante enguiçou, e ele teve que usar a escada comum. Me encontrou no andar superior observando as pessoas que subiam a escada rolante parada. “Vamos ali na praça de alimentação, que vou encontrar uns amigos”, convidou.

Seus amigos eram irmãos gêmeos, de óculos com lentes grossas, um que devorava lanche do Bob’s, outro que atacava o lanche do Biba’s. E foi um deles que tocou no assunto de radioatividade, sabendo dos conhecimentos científicos de Jacson. Foi assim que o diálogo passou pelos radioativos urânio e césio 137, o explosivo sódio metálico, a corrosiva Coca-Cola e, finalmente, a declaração de meu amigo, dando conta de que ele é capaz de fazer 32 diferentes tipos de bombas.

O que me chamou a atenção foi sua indiferença ao trazer aquela informação à tona. Apesar de saber que não é intenção de meu amigo explodir a cidade, fiquei me perguntando por que ele havia feito aquela conta.

E lembrei que, há cerca de duas semanas, outro amigo meu, dessa vez especialista em informática, tinha dito que é teoricamente muito fácil burlar o sistema das urnas eletrônicas. Bastaria desviar os equipamentos durante alguns instantes, entre o trajeto que faz do local de votação ao ponto em que é feita a contagem de votos. Assim seria possível identificar, por exemplo, quem votou em cada candidato.

Descobertas fascinantes podem ser feitas ao conversar com especialistas. Algumas podem assustar. E pensar que muita gente teme os profissionais menos especialistas da face da Terra – os jornalistas.

Mudando de assunto... acabo de ver um trailer no Uol de um filme que promete ser muito bom. Operação Valquíria. Sugiro ao leitor que dê uma olhada.

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