Na história dos amantes de cinema eu sou uma figura recente. E não sou o tipo do cara que assiste a qualquer filme; nem sou aquele que detesta quase todos eles – duas características comuns a quem realmente “aprecia” a sétima arte. Mesmo com meu pouco conhecimento, tenho a impressão que os trailers estão ficando cada vez melhores. Por conseqüência, os filmes estão se tornando decepcionantes.
Foi o que aconteceu em “O Todo-poderoso”, com Jim Carrey. O filme traz uma comédia legal, na qual o personagem tem os poderes de Deus, mas todas as melhores cenas eram mostradas no trailer, de modo que eu tinha desperdiçado a maioria das minhas risadas na sinopse, e não experimentava a agradável surpresa que é preciso ter no cinema. Afinal, ao longo dos anos, os diretores pararam de fazer pré-estréia dos lançamentos no cinema justamente para que, com a internet e o desenvolvimento dos outros meios de comunicação, o efeito surpresa continuasse a existir.
O mesmo não aconteceu em “Click” – a história de Michael Newman (Adam Sandler), um sujeito que vai comprar um controle remoto universal, e descobre que o aparelhinho “mágico” permite que ele controle a própria vida. Avançando, retrocedendo, colocando na pausa ou no slow motion. Quando vi o trailer, dei boas risadas, e achei que novamente o filme não superaria aquela sensação. Felizmente, me enganei. Ao contrário de Carrey, Adam Sandler usa e abusa dos poderes que tem nas mãos.
A história não é muito original. Na verdade, parece bastante com uma porção de outras histórias. Isso inclui “Uma canção de natal”, escrito por Charles Dickens; o próprio filme “O Todo-poderoso”, a respeito do qual escrevi no parágrafo acima; e um antigo episódio do desenho “Os Jetsons”, no qual George Jetson consegue um controle remoto muito parecido. Só que no desenho o aparelho se chama “repetiola”.
O filme abusa dos efeitos especiais, de um jeito que faz com que a gente esqueça que já tinha visto o trailer. Enquanto o personagem brinca com o controle remoto, o espectador ri se imaginando no lugar dele, podendo sacanear com o chefe sacana, solucionar o problema masculino da perda de memória, e resolver qualquer falta de tempo.
Mas, depois de tanto riso, o filme repentinamente se transforma num grande problema, que chega a assustar alguém como eu, que foi ao cinema para ver uma comédia. Ainda bem que o final clichê (no qual lembramos que a família vem em primeiro lugar) salva a comédia, do contrário a classificação do filme teria que ser alterada para drama.
Recomendo. Mas eu sou suspeito. Sou o cara que gosta de assistir Sessão da Tarde.
E que sabe que o filme Click se baseia num desenho dos Jetsons...
Um comentário:
>>Oii!!blza??(agora recebi teu email!)
...eu nao sabia se parava de ler pq vc estava contando o filme todo mas,como vc mesmo disse, esse filme é daqueles com final previsível heheh então tdo bem!
um bjo =)
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