6 de mar. de 2006

Pausa para pensar na relação

Estive num café e pedi fricassê (deve ser assim que se escreve...) de frango. Veio um pedaço 25% maior do que o pedaço que comi na última vez em que estive no mesmo estabelecimento. Só posso supor que isso aconteceu porque eu estava ali na noite de quinta-feira, quando o movimento de clientes era pequeno. Talvez os funcionários fossem jogar no lixo o restante daquela comida, que já estava pronta, caso ninguém comprasse. Sei lá! Mas acho que vou começar a ir até lá mais vezes quando o movimento estiver baixo, só pra testar essa minha teoria. “A quantidade de fricassê servida é inversamente proporcional à quantidade de pessoas a freqüentar o estabelecimento no final do dia.”
Naquele mesmo café os guardanapos ficam empilhados no interior de um recipiente quadrado de acrílico, com uma espécie de alça que impede que um possível vento sobrenatural (é um ambiente fechado) desloque as folhas de papel. Olhando aquela peça de acrílico eu pensei, pela primeira vez, na existência de um guarda-guardanapo. Algo que não está no dicionário ainda, mas já está há um bom tempo nas mesas das lanchonetes, também na forma metálica mais tradicional. Uhn... talvez seja um “guardanapeiro”... Vai saber!

O fato é que eu estava comendo aquele belo pedaço de fricassê e tomando uma xícara de café, logo depois de ter saído de uma sessão no cinema do shopping. E isso foi dias antes, parece, de meu computador ter travado... Ou terá sido um dia depois? Bem, o fato é que meu computador travou o Internet Explorer. Aparentemente, depois que recebi algum vírus desconhecido via e-mail.
Eu não sei por que alguém se dá ao trabalho de disseminar um vírus que danifica o meu computador. Tudo bem... os computadores do Pentágono até merecem esse tipo de coisa – promovem guerras. Sabotar os equipamentos da NASA, por que não? Estão tentando importunar os coitados dos extraterrestres. Mas o meu computador... que mal ele faz ao mundo? É meu instrumento de trabalho, pôxa! E agora, aqui estou eu, numa lan house, publicando um texto no blog que, em virtude de uma série de problemas, não é atualizado há um bom tempo.

Minha maior distração é ficar atualizando o Universo e Afins e trocando e-mails! Depois do misterioso vírus que fez com que o Internet Explorer travasse, fui obrigado a levar o aparelho até a assistência técnica que, por razões obscuras, só devolveu o computador uma semana depois.
Eis que liguei o aparelho à internet, e ele não tem nem dez por cento da velocidade de conexão que tinha antes! Raios! Está simplesmente impossível ver sequer a correspondência. A conexão cai a toda hora. Impossível, apenas isso.
Sem computador, durante vários dias eu me senti totalmente perdido, como um náufrago. Aliás, é a melhor metáfora para quem costuma navegar na internet. Depois da fase náufrago, passei a sentir os efeitos da crise de abstinência. De repente me surpreendia caminhando de um lado para o outro, no meio da garagem aqui de casa, com as mãos tremendo.
Agora que o computador retornou, sinto como se estivesse hospedando um parente doente em minha casa. Fica aquela sensação de afeto e desejo de melhoras. Por outro lado, a gente não sossega um instante sequer, imaginando que a qualquer momento ele pode ter um colapso e bater as botas.

Para pessoas como eu, que não curtem o Carnaval, a internet acaba se tornando uma ferramenta indispensável. Aliás, no outro dia ouvi no rádio o comentário de um colega jornalista que dizia: “Às vezes penso que não sou brasileiro... Porque eu não gosto de futebol, não gosto de Carnaval, não gosto de Samba!” E acho que me identifico com esse pensamento. De vez em quando me sinto um estrangeiro em minha terra. Embora seja cada vez mais comum encontrar pessoas que não são fanáticas por esses três elementos, componentes daquilo que se convencionou chamar de cultura nacional.

Então, sem computador, acabei passando uma noite de Carnaval assistindo à partida de pôquer pela TV a cabo. Não significa que eu tenha o recurso em minha casa... Apenas dei seqüência a um hábito criado em 2001, e que há tempos não punha em prática: fui à casa de um amigo que possui TV a cabo, e lá fiquei até altas horas da noite, curtindo a programação. Porque assistir TV a cabo é uma arte que consiste em apertar rápidas vezes seguidas o botão do controle remoto, vendo pequenos trechos de tudo e não acompanhando, realmente, nada. E essa regra raras vezes sofre alteração.

Mas, voltando ao tema “internet”... Na ocasião, estive no cinema para assistir ao filme “A pantera cor-de-rosa”. Uma comédia em que Steve Martin interpreta um detetive atrapalhado. E eu estou precisando muito de comédia ultimamente. Mas não ri tanto quanto gostaria. Na verdade, ri quase nada. Não achei o filme tão bom assim. Mas, eu sou da opinião que todo filme, por pior que seja, apresenta coisas interessantes. Porque o sentido de um filme – assim como o sentido de várias outras coisas, talvez de tudo – depende muito de nossas próprias experiências e formas particulares de ver o mundo.
E nesse filme há um diálogo bastante pertinente. A moça olha para o personagem de Steve Martin e pergunta: “Detetive... você mora sozinho?”
E ele responde: “Não. Eu tenho internet.”
Pois é... Algo para se pensar.

4 comentários:

Anônimo disse...

Concordo com quase tudo e,vicia mesmo!hehehe =D

Anônimo disse...

A Bia é legal. Que ela continue fazendo parte do Universo. Uhn... com o que será que ela não concorda???

Anônimo disse...

Oi Danilo!
nossa quanto tempo!
mas eu não esqueço dos amigos...
eu não lembro se já havia comentado não teu novo blog, mas já vim aqui, isso eu lembro =]
bom bom, to passando só pra dar um oi mesmo...!

até mais e se cuida.

ah, eu tbm to numa casa nova... já falei???
se quiser me visitar é
http://snow-aline.livejournal.com
(coloquei o pqno universo pra ti identificar qm é =])
up

Anônimo disse...

Danilo, meu querido amigo...vc foi sozinho no cinema? eu gostaria mto de estar aí com vc, pq se no cinema vc não deu tanta risada com certeza depois nós daríamos..como sempre!!
é, a internet é um caso pra se pensar....qdo eu viajo e fico longe do computador, a primeira coisa que faço qdo chego em casa, é ligá-lo...pq será que a gente se vicia né? antes eu nem sabia ligar o computador e agora não vivo sem...e esse lance de ser naufrágo..tudo a ver! em Londrina, tem nos ônibus um aviso assim: vc já navegou por aqui? e embaixo o site da empresa de transporte...esses novos signos da comunicação estão me deixando realmente insegura, pq eu ando n ônibus e não necessariamente navego nele, se bem que esses dias deu uma chuva e eu estava no busão que achei que estivesse num barco, alagou tudo por fora do busango e por dentro. uma espécie de titanic tupiniquim sem o Jack, a Rose, o luxo e os botes salva vidas...enfim, teríamos aqui assunto pra horas, como sempre...
estou com saudade de tomar café com vc nos botecos de pg e de passear nos sebos...
mas mesmo com internet, uma coisa é certa: nós todos nos sentimos sozinhos e carentes de um abraço ou de um olhar que nos acalme. não adianta, mesmo com webcam a presença é sempre melhor...saudades dos nossos MOIs e dos bolos no café da uepegui!
bjos e continue escrevendo, sou sua fã...