Dias atrás um amigo veio dizer que conheceu minha ex-namorada. Engraçado como eu sempre falava para ele a respeito dela, quando ainda havia o namoro. E ele só foi conhecê-la depois que o namoro tinha chegado ao fim. O comentário dele: “Você sempre falava sobre ela... Mas como eu nunca a tinha visto, pensei que ela não existia. Pensei que ela fosse como um amigo-imaginário...” Fiquei pasmo ao notar que ele falava sério.
Durante muito tempo eu tentei compreender por que, raios, algumas pessoas duvidam de coisas que eu falo. Odeio, por exemplo, quando faço um relato e meu interlocutor pergunta: “Verdade?” Dá vontade de esganar a pessoa. “Mas, você jura?” Eu não juro porcaria nenhuma. Ou você acredita em mim, ou então vá pro inferno! Uhn... é isso o que eu deveria responder...
O fato é que, pensando no comentário de meu amigo sobre minha “namorada imaginária” e olhando para algumas de minhas comunidades no orkut, acho que cheguei a uma explicação.
Uma das minhas comunidades diz: “Eu não sei mentir”. E, de fato, se eu tentar mentir, fatalmente vou me sair pior do que se tivesse dito a verdade. Então, procuro não me arriscar. Outra comunidade anuncia: “Eu já vi Óvnis”. Já notei que essa é a comunidade que mais chama a atenção das pessoas, não sei por que motivo. Mas, pensei, interessante como a comunidade número 1 parece entrar em conflito com a número 2. E, finalmente, reparei em outra comunidade logo abaixo: “Minha imaginação me assusta”.
Certo... Refleti sobre essas três frases e cheguei à conclusão: Apesar de eu não mentir, as pessoas sabem que minha imaginação é fértil. Assim, mesmo sendo completamente sincero, como vão acreditar se eu disser algo como: “Ontem vi outro Óvni.”?
Quando eu era criança, acordava cedo e continuava deitado em minha cama. Ficava olhando para a cortina presa sobre a porta. Havia desenhos de flores na cortina. Mas, naquele estado de semiconsciência, eu via que uma das rosas tinha, em seu desenho, traços que lembravam um dinossauro, e que outras pétalas lembravam um soldado. Quando eu menos esperava, o soldado estava tentando matar o dinossauro e uma espécie de desenho animado surgia, sem que houvesse outro movimento que não fosse o da minha imaginação. Sim, eu vivia praticamente no “Mundo de Bobby”.
De lá pra cá, algumas coisas mudaram... A cortina não é mais a mesma. Agora é sem estampa. Mas existem histórias interessantes nos azulejos do banheiro.
Só sei que imaginar não é o mesmo que mentir. E que, na maioria das vezes, as coisas que imagino revelam mais verdade do que mentira. O engraçado é que, recuperando alguns dados de minha memória, percebo que nunca tive amigo-imaginário. Acho que, apesar do elevado grau imaginativo, sou incapaz de inventar pessoas. A menos, é claro, que eu tenha inventado todo mundo, e ainda esteja olhando para a velha cortina estampada.
Durante muito tempo eu tentei compreender por que, raios, algumas pessoas duvidam de coisas que eu falo. Odeio, por exemplo, quando faço um relato e meu interlocutor pergunta: “Verdade?” Dá vontade de esganar a pessoa. “Mas, você jura?” Eu não juro porcaria nenhuma. Ou você acredita em mim, ou então vá pro inferno! Uhn... é isso o que eu deveria responder...
O fato é que, pensando no comentário de meu amigo sobre minha “namorada imaginária” e olhando para algumas de minhas comunidades no orkut, acho que cheguei a uma explicação.
Uma das minhas comunidades diz: “Eu não sei mentir”. E, de fato, se eu tentar mentir, fatalmente vou me sair pior do que se tivesse dito a verdade. Então, procuro não me arriscar. Outra comunidade anuncia: “Eu já vi Óvnis”. Já notei que essa é a comunidade que mais chama a atenção das pessoas, não sei por que motivo. Mas, pensei, interessante como a comunidade número 1 parece entrar em conflito com a número 2. E, finalmente, reparei em outra comunidade logo abaixo: “Minha imaginação me assusta”.
Certo... Refleti sobre essas três frases e cheguei à conclusão: Apesar de eu não mentir, as pessoas sabem que minha imaginação é fértil. Assim, mesmo sendo completamente sincero, como vão acreditar se eu disser algo como: “Ontem vi outro Óvni.”?
Quando eu era criança, acordava cedo e continuava deitado em minha cama. Ficava olhando para a cortina presa sobre a porta. Havia desenhos de flores na cortina. Mas, naquele estado de semiconsciência, eu via que uma das rosas tinha, em seu desenho, traços que lembravam um dinossauro, e que outras pétalas lembravam um soldado. Quando eu menos esperava, o soldado estava tentando matar o dinossauro e uma espécie de desenho animado surgia, sem que houvesse outro movimento que não fosse o da minha imaginação. Sim, eu vivia praticamente no “Mundo de Bobby”.
De lá pra cá, algumas coisas mudaram... A cortina não é mais a mesma. Agora é sem estampa. Mas existem histórias interessantes nos azulejos do banheiro.
Só sei que imaginar não é o mesmo que mentir. E que, na maioria das vezes, as coisas que imagino revelam mais verdade do que mentira. O engraçado é que, recuperando alguns dados de minha memória, percebo que nunca tive amigo-imaginário. Acho que, apesar do elevado grau imaginativo, sou incapaz de inventar pessoas. A menos, é claro, que eu tenha inventado todo mundo, e ainda esteja olhando para a velha cortina estampada.