É que, há quase dois meses, peguei um resfriado nos primeiros dias de minhas férias. Tratei com xaropes e ignorância, e acabei julgando estar curado. Mas, agora, observando sintomas, notei outros problemas. A começar pelo número exagerado de vezes que passei a assoar o nariz, crises de espirro diárias e sensação de congestão nasal.
Somado a isso, meus óculos pareciam comprimir os seios (ui!) da face na região do nariz, justo o local normalmente afetado pela sinusite. E imaginei que estava um pouco inchado, indicando inflamação.
Sem alternativa, e tendo adiado isso por quase 60 dias, precisei ir ao médico nessa terça-feira. Mas, diante de um dos melhores especialistas em pneumologia da cidade (o mesmo que diagnosticou minha sinusite dois anos antes) me senti ainda mais ignorante. Na verdade, a consulta foi humilhante, aviltante, degradante.
O médico perguntou quais sintomas eu tinha, e narrei basicamente o que está descrito aqui nos primeiros parágrafos. Foi quando ele iniciou os exames. O primeiro deles, no ouvido. Primeiro o esquerdo, depois o direito. "Aqui você não tem nada. Só um pouco mais de cerume no ouvido direito", disse, sendo educado para não falar que meu ouvido estava quase entupido de cera.
Depois, sobre os óculos estarem apertando a região do meu nariz, ele disse: "Me empresta seus óculos". Pegou e, entortando a peça que apoia o óculos sobre o nariz [chamada "ponte"], abriu um pouco, deixando mais folgada. "Melhorou?"
Claro que depois, ele receitou um hemograma e um raio-x dos seios da face. E é muito provável que depois disso venha a apresentar um diagnóstico bastante preciso, como ocorreu dois anos atrás.
Mas saí do consultório me sentindo bastante tolo, e duzentos reais mais pobre.
Às vezes eu queria ser mais especialista e menos ignorante no que tange à medicina.
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