Ano passado eu costumava apostar, com meus amigos, quem seria capaz de cruzar o Calçadão da Rua Cel. Cláudio sem pegar panfleto publicitário. De vez em quando um de nós conseguia a proeza de sair da Praça Barão do Rio Branco e chegar até o terminal central de ônibus com as mãos vazias. Mas esse tipo de coisa está se tornando cada vez mais difícil.
Se antes já era complicado caminhar pelo centro, agora, ao que parece, as coisas pioraram. De algum modo, a mania de distribuição de folhetos se multiplicou de um jeito assustador, à medida que o número de lixeiras diminuía. E o pior é que eu não acredito na eficácia desse sistema publicitário. Os anúncios são sempre os mesmos, e continuam a forrar o chão no centro da cidade.
Se antes já era complicado caminhar pelo centro, agora, ao que parece, as coisas pioraram. De algum modo, a mania de distribuição de folhetos se multiplicou de um jeito assustador, à medida que o número de lixeiras diminuía. E o pior é que eu não acredito na eficácia desse sistema publicitário. Os anúncios são sempre os mesmos, e continuam a forrar o chão no centro da cidade.
Compro ouro; vejo seu futuro; arrumo seus dentes; empresto dinheiro. As variações são mínimas. E nenhum desses anúncios tem, para mim, qualquer serventia. Não tenho ouro para vender; não acredito muito em astrologia; quando preciso de dentista não sigo o conselho de um panfleto com erros gramaticais; e evito emprestar dinheiro porque, bem, porque prefiro ficar na miséria a ficar na miséria e endividado. Eventualmente uso o verso do papel para fazer alguma anotação.
Ainda assim os folhetos são distribuídos e eu, como uma porção de outras pessoas, sou obrigado a andar em ziguezague para escapar dos papéis constantemente estendidos em minha direção. Num impulso, acabo pegando um ou outro anúncio. Só então, depois de ler as palavras “compro ouro”, percebo que mais uma vez me deixei levar pelo gesto mecânico.
Gostaria de saber se esse método publicitário realmente funciona. Decerto tem alguma serventia, do contrário os papeizinhos já teriam sido extintos. Afinal, não posso me basear apenas na própria experiência, porque sou, talvez, uma pessoa que reage de forma diversa à publicidade.
Por exemplo, nesse ano eu precisei comprar uma mala. Estive em várias lojas, mas em nenhum momento lembrei de uma loja especializada na venda de bolsas, malas, carteiras e similares. Essa loja fica no Calçadão e, sempre que passo em frente, uma menina que anda rapidamente de um lado para o outro (e fala na mesma velocidade) me entrega um panfleto e convida a entrar para comprar uma mala. Se ela soubesse que acabei comprando a mala numa loja da Avenida Vicente Machado, talvez começasse a caminhar mais lentamente.
Saindo um pouco do Calçadão... Quando gosto muito do estilo de um comercial na TV, fico tão empolgado com a criatividade empregada no anúncio, que simplesmente esqueço qual é o produto anunciado. Ou lembro do produto, mas não lembro da marca.
Então, normalmente, a regra é a seguinte... Existem dois tipos de anúncio que não conseguem me convencer: os muito insistentes e os muito criativos. Talvez eu seja atingido basicamente por comerciais exibidos poucas vezes ou que não considero muito bons. Sim, eu sou estranho.
Veja o comercial de Traquinas... odeio aquele comercial em que as crianças comem o produto e no lugar da cabeça delas surge um biscoito gigante. Mas eu lembro do comercial e lembro do produto. Só que não gosto de Traquinas... então, não adianta muito.
Aquele comercial do passarinho que pega ônibus. Aquele é muito bom. Trilha sonora, imagens, tudo perfeito. E a frase final é algo como... “pra que viajar de outro jeito, se você pode voar?” É ótima. Mas foi um amigo quem me disse que o comercial é da empresa GOL de transporte aéreo. Se alguém me perguntasse eu confundiria com a TAM.
Tem uma propaganda de loja de colchão em que os funcionários aparecem colocando as mãos junto ao rosto como se convidassem o telespectador a dormir. Eu fico com sono... só isso.
Existe um comercial que, às vezes, funciona comigo. É aquele que mostra discos da Som Livre. Mas, como o CD original é extremamente caro, compro no camelódromo. Então, não sei se dá pra considerar isso como um sucesso publicitário. Se não fossem os camelôs, eu simplesmente não comprava.
De resto, acho que nunca comprei chocolate “Batom” por influência de alguma hipnose publicitária. Nunca aceitei ofertas de produto ou serviço feitas por telefone. E vários spams são apagados semanalmente de minha caixa de e-mails. Pensando bem, acho que eu poderia ser uma dessas “pessoas-cobaias” utilizadas em experiência de teste de eficiência de propaganda. Sim, eu devia me candidatar a esse tipo de coisa.
Acabo de lembrar do comercial do chocolate “Mania” e sinto vontade de comprar. Pena que o chocolate parou de ser fabricado há alguns anos. Isso é triste.
2 comentários:
ooiiiii!!
pois eu tb nem sei quem é o "Sr. Passione, nem compreendi muito bem a propaganda........
só sei que achei uma graça o ursinho, qnd era criançaõs ursinhos ñ eram assim, ou eu ñ tinha,.... hihi
ah, qnt aos anúncios distribuídos no calçadão, eu simplesmente ADORO ! qnd me entregam!
é séééério !! pq? pq fico à caça de erros gramaticais, ortográficos, frases engraçadas, mal construídas, anúncios sem cabimento, este tipo de coisa !
ah, qnt à loja de bolsas, já comprei uma bolsa lá, e a vendedora só faltou empurrar goela abaixo mais umas outras duas, só pq eu disse q eram bonitas; e a 1ª vez q eu entre lá, uns dois anos antes de entrar pela 2ª vez e comprar o produto, olhei tudo e nda comprei, a vendedora ficou súúúúúper brava ! HAHAHAHA
ah, a Márcia me contou q encontrou contigo na rua esses dias !
e qual é a sensação de estar fazendo hora na praça do ponto azul?
será q posso fazer comentário sobre o texto e outras perguntas, de assuntos diferentes neste espaço, Danilo? se ñ puder, avise q vou tentar me controlar, hahaha
abraaaaaaaço !!
Danil, esse lance dos papéizinhos aí, sempre sempre me pergunto para que eles servem, ninguém lê!!Adorei o texto, bacana mesmo, e gostei do novo visual do blog tmb!!
Um bjo pra vc!
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