24 de abr. de 2009

O almoço no Mercado Municipal

Esses dias lembrei de quando estive no Mercado Municipal. Já deve fazer uns dois anos, não sei ao certo. Fui até lá com o amigo Ben-Hur, sob o pretexto de tirar algumas fotos e conhecer um ambiente de que eu ouvia falar, via através da janela do ônibus, mas onde nunca havia entrado.

E não é para menos. Do lado de fora, o que se vê são paredes desbotadas, e uma estrutura no topo que faz lembrar uma penitenciária. Algum ponto de onde os guardas podem vigiar o banho de sol dos detentos. Na verdade aquela é uma espécie de clarabóia [nome engraçado] através da qual a luz do sol é que entra no Mercadão. Mas a gente só percebe isso depois que está lá dentro.

Não sei como está agora, mas quando estive lá, a primeira coisa que encontrei foi uma lanchonete, do lado esquerdo, parecendo dar boas vindas aos visitantes. Só que bastava caminhar mais para ver que aquele era um dos poucos estabelecimento que ainda resistiam ali.

Havia corredores muito escuros, de lâmpadas queimadas ou de completa ausência delas. Diversas “lojas” de portas fechadas denunciavam o abandono do “Mercadão Fantasma”, que só não parecia totalmente abandonado porque, de cada canto, era possível ouvir o ruído estridente de uma daquelas facas elétricas que cortam carne no açougue. Sim, lá tinha um açougue, diziam. Também soube de uma empresa de produtos de limpeza, e um sapateiro, se não me engano.

Duas coisas me chamaram a atenção naquele dia: primeiro, a arquitetura do lugar. O chão feito de pedras vermelhas brilhantes, as paredes, e até a aparência mal cuidada do prédio, me fizeram comparar o Mercado Municipal com a rodoviária de PG. Naquela ocasião, ainda tínhamos a velha rodoviária, que começava a ser demolida para dar lugar à atual. Fiquei me perguntando se o Mercado tinha sido projetado pelas mesmas pessoas que ergueram a antiga rodoviária. Mas foi só uma suposição, baseada na sensação do momento.

Em segundo lugar, fiquei surpreso ao ver o abandono do lugar. Com tanto espaço, por que o prédio não recebeu manutenção, e por que comerciantes e autoridades perderam o interesse no local? Observando as rampas que davam acesso à parte superior do prédio, tentei imaginar como seria o movimento de pessoas subindo e descendo, no auge de funcionamento do Mercadão, lá pelos anos 1970.

Naquele dia, eu e Ben-Hur almoçamos na lanchonete que havia na entrada. A comida era boa, simples e barata. Mas, por falar em barata... era a aparência do Mercadão que nos fazia suspeitar da higiene com que a refeição era preparada, muito embora tenhamos sido bem atendidos, e o almoço ainda dava direito a um cafezinho na saída.

No começo desta semana eu lia um texto do colega Rafael Schoenherr, a respeito do Mercado Municipal, e lembrei dessa visita. Recuperei o som da serra cortando osso no açougue, a escuridão dos corredores, o sabor daquele almoço regado a gasosa. E, novamente, me perguntei sobre por que o Mercadão ficou no abandono.

Quando estive lá, também fiquei surpreso com o cenário que pode ser encontrado no centro do prédio. A luz do sol entra pela clarabóia, e ilumina apenas um ponto, exatamente onde fica um altar, no qual permanece a imagem de uma santa. Único espaço realmente iluminado, e (me pareceu) mais bem cuidado.

Entretanto, a santa, sozinha, não pode evitar que o lugar continue vazio e escuro. E enquanto os mortais nada fazem para manter vivo o Mercadão, ele permanece sendo um ambiente estranho e hostil, bem no centro da cidade. As palavras Mercado Municipal parecem ser sempre pronunciadas em sussurro, mais ou menos da maneira como os bandidos falam das docas nos filmes policiais.

Mas o almoço de lá me pareceu bom... será que a lanchonete ainda está lá?

3 de abr. de 2009

Seres não humanos ainda querem guerra nuclear a partir da Coreia do Norte

No dia 1º de fevereiro o blog Universo e Afins publicou uma denúncia um tanto quanto difícil de acreditar. “Seres não humanos pretendem deflagrar guerra nuclear a partir da Coréia do Norte”.

Segundo um texto enviado para meu e-mail na ocasião, “seres não humanos” estariam infiltrados entre militares norte-coreanos, com o objetivo de iniciar um ataque nuclear contra o Japão antes que começasse o mês de abril.

O início desse ataque nuclear seria iminente, portanto, e somente treze naves alienígenas estrategicamente posicionadas no espaço poderiam evitar o pior.

Bem, conforme prometido, o Universo e Afins retoma o assunto neste mês de abril. E existe uma boa e uma má notícia: a boa notícia é que já passamos de 1º de abril, e o tal ataque nuclear não aconteceu. A má notícia é que... nesse mês de março estivemos muito perto de ver a concretização da tal profecia.

Foram várias manchetes publicadas nos jornais do mundo todo. Eis apenas algumas das notícias, essas retiradas do site de jornalismo da Rede Globo:
06/03/2009
Coreia do Norte ameaça aviões da Coreia do Sul
Duas maiores companhias aéreas da Coreia do Sul decidiram desviar mais de 200 voos nas próximas duas semanas. Eles passavam por cima do espaço aéreo da Coreia do Norte. O governo da Coreia do Norte lançou uma ameaça contra milhares de pessoas que cruzarem o país a bordo de aviões da Coreia do Sul.
A ameaça fez duas maiores companhias aéreas da Coreia do Sul decidirem: vão desviar mais de 200 voos nas próximas duas semanas. Eles passavam por cima do espaço aéreo da Coreia do Norte, o caminho mais curto entre vários países da Ásia. Mas o aviso, embora indireto, foi claro: a Coreia do Norte disse que não poderia garantir a segurança desses aviões.
Em outras palavras, poderia derrubá-los. O motivo, segundo as autoridades norte-coreanas, são os exercícios militares que anualmente o vizinho do sul realiza na região com os Estados Unidos.
O porta-voz do Ministério Sul- Coreano encarregado da reunificação das duas Coreias protestou. "Ameaças militares a aviões de passageiros violam as leis internacionais e são desumanas ", disse o porta-voz. A suspeita é de que a Coreia do Norte esteja limpando o espaço aéreo. O país anunciou na semana passada que lançaria uma satélite. Mas acredita-se na Ásia que na verdade seria um teste de um míssil de longo alcance.
Os americanos estão monitorando as ações dos norte-coreanos a partir das bases que mantém no Japão. Em Tóquio, os representantes do Japão e dos Estados Unidos encarregados de tratar com a Coreia do Norte fizeram uma reunião. Stephen Bosworth fez um alerta: "Esperamos que a Coreia do Norte evite provocações ao lançar um míssil. Se não, vamos decidir o que fazer. Vamos responder de um jeito apropriado".

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09/03/09
Coreia do Norte ameaça vizinhos com guerra

O governo da Coreia do Norte voltou a fazer ameaças nesta segunda-feira. A Coreia do Norte determinou que todos os soldados do país, 1,2 milhão, estejam prontos para combate. Na TV estatal, um porta-voz disse: “Derrubar o satélite que queremos lançar tem um significado preciso: guerra”. A ditadura comunista comandada por King Jong Il pretende, supostamente, lançar, no fim deste mês, um satélite de comunicações.
Para os vizinhos, o país quer, na verdade, testar um míssil de longo alcance, chamado Taepong 2, capaz de alcançar os Estados Unidos, atingido o Havaí e o Alaska. Em 1998, o país testou um Taepong 1, com metade do alcance.
Uma parte passou por cima do Japão e foi parar no Oceano Pacífico. O que fez americanos e japoneses começarem a construir um escudo anti-mísseis, que já funciona em duas bases dos Estados Unidos no Japão. Caso o satélite ou míssil seja derrubado, os norte-coreanos prometeram atacar três alvos: a Coreia do Sul, os Estados Unidos e o Japão.
O ministro da Defesa sul-coreano classificou a ameaça como apenas um discurso. Mas afirmou que o país está pronto para lidar com qualquer possibilidade. Já o Japão teria deixado navios anti-mísseis de prontidão, segundo uma agência de notícias de Tóquio.

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12/03/09
Coreia do Norte notifica a ONU que planeja lançar satélite em abril

O governo da Coreia do Norte notificou a Organização das Nações Unidas que planeja lançar um satélite de comunicações entre os dias 4 e 8 de abril.O aviso, segundo a Agência Oficial Norte-Coreana, foi feito para garantir a segurança de navios e aviões.O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, afirmou que se ao país insistir no lançamento do satélite, botará em risco a paz e a segurança da região.

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Como o assunto não foi concluído, e o tema ainda faz parte dos noticiários, vamos esperar e torcer para que as naves ajudem, ou o noticiário só esteja trazendo informações sobre uma desagradável coincidência.