Não muito longe do centro da cidade de Ponta Grossa fica a Rua Padre Nóbrega, que se estende por diversos quarteirões, desde o colégio Instituto de Educação, passando em frente ao Estádio Germano Krüger – o Operário, para terminar diante do Colégio Professor Colares, numa região conhecida popularmente como “Curva do diabo”.
Se medíssemos a distância entre uma extremidade e outra da rua, minha casa estaria localizada aproximadamente na metade desse trajeto. Gosto de viver aqui. Não é região muito movimentada, nem monótona demais – o ônibus passa em frente. Não é rua de asfalto, mas também não é de terra – é de calçamento. E, de vez em quando, o lugar não foge à regra e, como no resto da cidade de Ponta Grossa, coisas estranhas acontecem.
Aliás, assim como este local da rua pode ser considerado ponto de encontro entre suas duas extremidades; do mesmo modo a região serve como ponto de encontro de outros extremos. Daqui posso ver a creche administrada por irmãs religiosas, e também uma casa suspeita onde a polícia já esteve diversas vezes fazendo apreensões e verificando denúncias.
Foi aqui que vi uma gaiota se desprender de um carro, e quase atropelar duas mulheres e uma criança parada na esquina. Aqui, ao alcance da vista estão árvores altíssimas e, por trás delas, acho que existe um heliporto, porque já vi uma dessas aeronaves pousando naquela direção. Há crianças brincando de bicicleta, marrecos gritando e (até pouco tempo) galos brigando.
Aqui já teve incêndio, suicídio, atropelamento, macumba, briga. Já acompanhei shows pirotécnicos, explosão de transformador em poste da rede elétrica, já vi neve caindo. Também foi daqui, de meu quintal, que acompanhei o movimento de pelos menos três OVNIs, um dos quais ficou planando em cima da casa de minha vizinha.
Ainda assim, nada me preparou para aquilo que presenciei ontem à noite...
Aproveitando o pretexto do calor que fazia à noite, fiquei em frente de casa olhando as estrelas (hábito antigo), no local exato em que dois postes servem para encobrir a claridade das lâmpadas de outros dois postes. Único ponto em que as luzes artificiais permitem que eu veja melhor as estrelas.
Então, um barulho distante começou a aumentar. Um ronco. À medida que o som se tornava mais intenso, também o chão começava a tremer. “Um caminhão se aproxima”, pensei. Mas o ronco foi ficando mais forte. “Um trator”, pensei de novo. Mas aumentou o barulho. “Um tanque de guerra?”, pensei, chegando mais perto.
Então surgiu uma camionete saveiro branca. Calma... não era ela que fazia esse barulho, e sim o veículo que vinha logo atrás. Com cerca de três metros de altura (quase encostando na fiação elétrica) e ocupando os dois lados da Rua Padre Nóbrega, o monstro passou lentamente diante de meus olhos. Nada menos do que uma colheitadeira!
Fiquei bobo. Devo ter ficado de boca aberta por um tempo, até decidir ir ao portão e rever aquilo, para ter certeza de que meus olhos não se enganavam. E ainda estava lá.
A máquina agrícola foi se afastando em direção à avenida que dá acesso às rodovias, e devagar o ruído foi desaparecendo. Olhei ao redor. Nenhum vizinho com quem eu pudesse comentar o assunto mais tarde. Até agora fico me perguntando, o que, em nome de Deus, uma colheitadeira fazia aqui? De onde ela veio e para onde iria? É isso o que me perturba. Não moro assim tão perto da área rural, apesar das galinhas e marrecos.
O vulto de três metros se afastava, a traseira sinalizada apenas por duas pequenas luzes vermelhas perto da cabine. Aquele rolo que parecia um bobs gigante atravessando os dois lados da rua e, não sei como, sem tocar as laterais do meio-fio.
Minutos depois, passava o ônibus, vindo da direção oposta. Teriam se encontrado os dois veículos? Qual dos dois teria recuado? Mais de dez anos vivendo nesta região, e eu já vi algumas coisas estranhas. Entretanto, esquisito mesmo é perceber que acreditei mais na visão dos três OVNIs do que na visão da colheitadeira.
Se medíssemos a distância entre uma extremidade e outra da rua, minha casa estaria localizada aproximadamente na metade desse trajeto. Gosto de viver aqui. Não é região muito movimentada, nem monótona demais – o ônibus passa em frente. Não é rua de asfalto, mas também não é de terra – é de calçamento. E, de vez em quando, o lugar não foge à regra e, como no resto da cidade de Ponta Grossa, coisas estranhas acontecem.
Aliás, assim como este local da rua pode ser considerado ponto de encontro entre suas duas extremidades; do mesmo modo a região serve como ponto de encontro de outros extremos. Daqui posso ver a creche administrada por irmãs religiosas, e também uma casa suspeita onde a polícia já esteve diversas vezes fazendo apreensões e verificando denúncias.
Foi aqui que vi uma gaiota se desprender de um carro, e quase atropelar duas mulheres e uma criança parada na esquina. Aqui, ao alcance da vista estão árvores altíssimas e, por trás delas, acho que existe um heliporto, porque já vi uma dessas aeronaves pousando naquela direção. Há crianças brincando de bicicleta, marrecos gritando e (até pouco tempo) galos brigando.
Aqui já teve incêndio, suicídio, atropelamento, macumba, briga. Já acompanhei shows pirotécnicos, explosão de transformador em poste da rede elétrica, já vi neve caindo. Também foi daqui, de meu quintal, que acompanhei o movimento de pelos menos três OVNIs, um dos quais ficou planando em cima da casa de minha vizinha.
Ainda assim, nada me preparou para aquilo que presenciei ontem à noite...
Aproveitando o pretexto do calor que fazia à noite, fiquei em frente de casa olhando as estrelas (hábito antigo), no local exato em que dois postes servem para encobrir a claridade das lâmpadas de outros dois postes. Único ponto em que as luzes artificiais permitem que eu veja melhor as estrelas.
Então, um barulho distante começou a aumentar. Um ronco. À medida que o som se tornava mais intenso, também o chão começava a tremer. “Um caminhão se aproxima”, pensei. Mas o ronco foi ficando mais forte. “Um trator”, pensei de novo. Mas aumentou o barulho. “Um tanque de guerra?”, pensei, chegando mais perto.
Então surgiu uma camionete saveiro branca. Calma... não era ela que fazia esse barulho, e sim o veículo que vinha logo atrás. Com cerca de três metros de altura (quase encostando na fiação elétrica) e ocupando os dois lados da Rua Padre Nóbrega, o monstro passou lentamente diante de meus olhos. Nada menos do que uma colheitadeira!
Fiquei bobo. Devo ter ficado de boca aberta por um tempo, até decidir ir ao portão e rever aquilo, para ter certeza de que meus olhos não se enganavam. E ainda estava lá.
A máquina agrícola foi se afastando em direção à avenida que dá acesso às rodovias, e devagar o ruído foi desaparecendo. Olhei ao redor. Nenhum vizinho com quem eu pudesse comentar o assunto mais tarde. Até agora fico me perguntando, o que, em nome de Deus, uma colheitadeira fazia aqui? De onde ela veio e para onde iria? É isso o que me perturba. Não moro assim tão perto da área rural, apesar das galinhas e marrecos.
O vulto de três metros se afastava, a traseira sinalizada apenas por duas pequenas luzes vermelhas perto da cabine. Aquele rolo que parecia um bobs gigante atravessando os dois lados da rua e, não sei como, sem tocar as laterais do meio-fio.
Minutos depois, passava o ônibus, vindo da direção oposta. Teriam se encontrado os dois veículos? Qual dos dois teria recuado? Mais de dez anos vivendo nesta região, e eu já vi algumas coisas estranhas. Entretanto, esquisito mesmo é perceber que acreditei mais na visão dos três OVNIs do que na visão da colheitadeira.