Nessa época de Natal, dizem, as pessoas ficam mais boazinhas umas com as outras. Isso eu não consegui notar. E não acredito muito que alguém espere a noite de Natal para se tornar alguém diferente. Mas é bom receber um cartão ou um telefonema, um abraço ou um sorriso. E a data acaba oferecendo um bom pretexto para essas coisas.
Várias vezes me revoltei pensando: “Mas que droga... fixaram datas em nosso calendário, apenas para que compremos mais!” E em meu íntimo fico achando como é tolo esse hábito de esperar um presente das mãos de uma pessoa que nos é especial. Mesmo pensando assim, acabo me rendendo à tradição e entrego um pacote aqui, outro ali, envio um cartão. Depois, levando em consideração a correria do cotidiano, raciocino: “Se não fosse nessa data, será que eu faria isso?”
É curioso pensar sobre como precisamos de data específica para fazer coisas simples como enviar um cartão... Assim, esses números vermelhos em nosso calendário acabam surgindo diante de mim como vilões e mocinhos, simultaneamente.
Os telejornais acabam restringindo demais os temas abordados nesses dias. Fico com a sensação de que mais de metade do noticiário trata do movimento nas rodovias do país e do crescimento nas vendas de presentes de Natal. Um dia após o Natal, as notícias são sobre a troca de presentes nas mesmas lojas.
Mas no programa Fantástico do último domingo, um homem disse estar pesquisando para descobrir quantos irmãos Jesus teve, e em que circunstâncias. Surgiu a hipótese de que José teve um outro casamento, anterior ao casamento com Maria. Fico pensando que não será nada fácil concluir tal pesquisa. Eu nem sei direito qual foi a profissão de meu bisavô! E agora aquele cidadão quer traçar uma árvore genealógica de cerca de dois mil anos.
Aqui em casa eu comi muito panetone nesses dias. Acho que não estava acostumado a comer tantas frutas cristalizadas... Tem gente que não come as frutas. Pega o panetone e começa a destrinchar, deixando um montinho de frutas de lado. Ainda bem que, quando a família é grande, também existe quem que não gosta da massa, prefere apenas as frutinhas. E aí não sobra nada...
Nesse Natal descobri chocotone de chocolate branco. Rapaz, é muito bom... Uma boa alternativa para quem não gosta de frutinhas. O que não me convenceu muito foi uma receita de panetone de sorvete – o “sorvetone”, que eu vi na televisão.
Fiquei esperando para ver como seria isso. Então, uma mulher mostrou o procedimento normal para fazer um panetone. E eu fiquei ali me perguntando: e o sorvete? Nisso, a mulher abriu a geladeira e tirou de lá um pote de sorvete. Depois cortou a parte superior do panetone e “cavou” o interior, deixando o panetone oco. Jogou o sorvete lá dentro e devolveu a parte superior, que serviu como tampa. “Depois, é só guardar no refrigerador...”, ela disse.
Achei ridículo... Só porque jogaram sorvete dentro do panetone, o negócio virou sorvetone! Mas fez com que eu lembrasse de uma aula de história que tive na escola – minha professora era muito boa em contar histórias. Dizem que Colombo duvidou que alguém, além dele, conseguiria colocar um ovo em pé. Os homens mais inteligentes aceitaram a aposta. Passaram várias horas tentando equilibrar o ovo. Mas o ovo, é claro, sempre rolava e, de vez em quando, chegava a cair no chão. Finalmente desistiram e perguntaram a Colombo: “E então? Como é?”
Colombo pegou o ovo e bateu de leve na parte de baixo, amassando um pouco uma parte da casca. Em seguida colocou sobre a mesa, com a parte levemente quebrada para baixo. E o ovo ficou em pé. Os outros, vendo aquilo, disseram: “Ora, mas, se fosse assim, nós também faríamos.” E Colombo deu um sorrisinho e respondeu: “Mas não fizeram.”
Por falar em panetones... Na segunda-feira encontrei na internet a seguinte manchete: “Bolo mundialmente conhecido por se parecer com a Madre Teresa de Calcutá é roubado no Natal”.
Aconteceu nos Estados Unidos. Diz o texto que, em 1996, um homem ia comer um bolo de canela quando, pouco antes de dar uma mordida, reconheceu ali o rosto de Madre Teresa. E pronto! O bolo se tornou famoso. Apareceu em programas de TV, inclusive. Por último, estava exposto na vitrine de uma loja e foi roubado, ao que tudo indica, na noite de Natal.
O proprietário da loja acha que o ladrão é “alguém irritado com o fato de a loja deixar o bolo da freira em exibição, preservado com goma-laca.” Esse ladrão teria como único objetivo destruir o bolo. Mas eu acho que é mais do que isso. A chave do mistério tem que estar na data. Por que alguém roubaria o tal bolo, justo na noite de Natal? Talvez alguém tenha se surpreendido com um inusitado presente nesse final de ano.
Várias vezes me revoltei pensando: “Mas que droga... fixaram datas em nosso calendário, apenas para que compremos mais!” E em meu íntimo fico achando como é tolo esse hábito de esperar um presente das mãos de uma pessoa que nos é especial. Mesmo pensando assim, acabo me rendendo à tradição e entrego um pacote aqui, outro ali, envio um cartão. Depois, levando em consideração a correria do cotidiano, raciocino: “Se não fosse nessa data, será que eu faria isso?”
É curioso pensar sobre como precisamos de data específica para fazer coisas simples como enviar um cartão... Assim, esses números vermelhos em nosso calendário acabam surgindo diante de mim como vilões e mocinhos, simultaneamente.
Os telejornais acabam restringindo demais os temas abordados nesses dias. Fico com a sensação de que mais de metade do noticiário trata do movimento nas rodovias do país e do crescimento nas vendas de presentes de Natal. Um dia após o Natal, as notícias são sobre a troca de presentes nas mesmas lojas.
Mas no programa Fantástico do último domingo, um homem disse estar pesquisando para descobrir quantos irmãos Jesus teve, e em que circunstâncias. Surgiu a hipótese de que José teve um outro casamento, anterior ao casamento com Maria. Fico pensando que não será nada fácil concluir tal pesquisa. Eu nem sei direito qual foi a profissão de meu bisavô! E agora aquele cidadão quer traçar uma árvore genealógica de cerca de dois mil anos.
Aqui em casa eu comi muito panetone nesses dias. Acho que não estava acostumado a comer tantas frutas cristalizadas... Tem gente que não come as frutas. Pega o panetone e começa a destrinchar, deixando um montinho de frutas de lado. Ainda bem que, quando a família é grande, também existe quem que não gosta da massa, prefere apenas as frutinhas. E aí não sobra nada...
Nesse Natal descobri chocotone de chocolate branco. Rapaz, é muito bom... Uma boa alternativa para quem não gosta de frutinhas. O que não me convenceu muito foi uma receita de panetone de sorvete – o “sorvetone”, que eu vi na televisão.
Fiquei esperando para ver como seria isso. Então, uma mulher mostrou o procedimento normal para fazer um panetone. E eu fiquei ali me perguntando: e o sorvete? Nisso, a mulher abriu a geladeira e tirou de lá um pote de sorvete. Depois cortou a parte superior do panetone e “cavou” o interior, deixando o panetone oco. Jogou o sorvete lá dentro e devolveu a parte superior, que serviu como tampa. “Depois, é só guardar no refrigerador...”, ela disse.
Achei ridículo... Só porque jogaram sorvete dentro do panetone, o negócio virou sorvetone! Mas fez com que eu lembrasse de uma aula de história que tive na escola – minha professora era muito boa em contar histórias. Dizem que Colombo duvidou que alguém, além dele, conseguiria colocar um ovo em pé. Os homens mais inteligentes aceitaram a aposta. Passaram várias horas tentando equilibrar o ovo. Mas o ovo, é claro, sempre rolava e, de vez em quando, chegava a cair no chão. Finalmente desistiram e perguntaram a Colombo: “E então? Como é?”
Colombo pegou o ovo e bateu de leve na parte de baixo, amassando um pouco uma parte da casca. Em seguida colocou sobre a mesa, com a parte levemente quebrada para baixo. E o ovo ficou em pé. Os outros, vendo aquilo, disseram: “Ora, mas, se fosse assim, nós também faríamos.” E Colombo deu um sorrisinho e respondeu: “Mas não fizeram.”
Por falar em panetones... Na segunda-feira encontrei na internet a seguinte manchete: “Bolo mundialmente conhecido por se parecer com a Madre Teresa de Calcutá é roubado no Natal”.
Aconteceu nos Estados Unidos. Diz o texto que, em 1996, um homem ia comer um bolo de canela quando, pouco antes de dar uma mordida, reconheceu ali o rosto de Madre Teresa. E pronto! O bolo se tornou famoso. Apareceu em programas de TV, inclusive. Por último, estava exposto na vitrine de uma loja e foi roubado, ao que tudo indica, na noite de Natal.
O proprietário da loja acha que o ladrão é “alguém irritado com o fato de a loja deixar o bolo da freira em exibição, preservado com goma-laca.” Esse ladrão teria como único objetivo destruir o bolo. Mas eu acho que é mais do que isso. A chave do mistério tem que estar na data. Por que alguém roubaria o tal bolo, justo na noite de Natal? Talvez alguém tenha se surpreendido com um inusitado presente nesse final de ano.